Angelus: “O tempo da Quaresma é o momento propício para renovar e tornar mais forte
a nossa relação com Deus"
Cidade do Vaticano (RV) – Ao meio dia deste domingo, Bento XVI encontrou-se
com fieis e peregrinos, na Praça São Pedro, no Vaticano, para a oração mariana do
Angelus. Um ato que se repete a cada domingo, mas que neste, em particular, foi de
grande importância por ser o primeiro domingo de Quaresma. E foi justamente sobre
o tema da Quaresma que Bento XVI falou aos presentes.
Da janela de seus aposentos,
para uma praça lotada, o Papa propôs a seguinte reflexão:
“Nesse primeiro
domingo de Quaresma, encontramos Jesus que, depois de ter recebido o batismo no rio
Jordão por João Batista (cfr Mc 1,9), é submetido à tentação no deserto (cfr Ma 1,
12-13). A narração de São Marcos é concisa, priva de detalhes que lemos nos outros
dois Evangelhos de Mateus e de Lucas. O deserto do qual se fala tem diversos significados.
Pode indicar o estado de abandono e de solidão, o “lugar” da fraqueza do homem onde
não há apoios e seguranças, onde a tentação se faz mais forte. Mas ele pode indicar
também um lugar de refúgio e de abrigo, como o foi para o povo de Israel fugido da
escravidão egípcia, onde se pode experimentar, de modo especial, a presença de Deus.”
“O
que nos pode ensinar esse episódio?”, perguntou o Pontífice, para em seguida responder:
“Como lemos no Livro da Imitação de Cristo, “o homem nunca é de todo imune à tentação
enquanto vive…mas é com a paciência e com a verdadeira humildade que seremos mais
fortes que o inimigo” (Liber I, c. XIII, Cidade do Vaticano 1982, 37), a paciência
e a humildade de seguir, a cada dia, o Senhor, aprendendo a construir a nossa vida
não colocando-o à parte como se não existisse, mas Nele e com Ele, porque é a fonte
da verdadeira vida”.
“O tempo da Quaresma é o momento propício para renovar
e tornar mais forte a nossa relação com Deus, através da oração cotidiana, dos gestos
de penitência, das obras de caridade fraterna”, ressaltou o Papa. O Santo Padre ilustrou
a afirmação repropondo o convite de Jesus, citado por Marcos: “convertam-se e creiam
no Evangelho”.
Após sua reflexão, conduziu a oração mariana do Angelus, saudou
os presentes nas suas diversas línguas e concedeu a todos a bênção apostólica. (ED)