Somália: Igreja afirma que não se pode resolver crise somente com as armas
Londres (RV) – Realizou-se nesta quinta-feira, em Londres, a Conferência sobre
a Somália, com a participação de mais de 50 Estados e organizações, como a ONU, a
União Africana e a União Europeia.
A comunidade internacional alcançou um acordo
sobre sete áreas, entre elas, segurança, pirataria, terrorismo, ajuda internacional
e processo democrático. Em troca, a Somália deverá definir até julho uma assembleia
constituinte, capaz de combater a pobreza, em que as mulheres sejam protagonistas.
Sobre esta Conferência, a Agência Fides contatou o Administrador Apostólico
de Mogadíscio, Dom Giorgio Bertin, que é também Bispo de Djibuti: "Espero pelo menos
que no âmbito da comunidade internacional existam convergências de ideais e de esforços
para colaborar com o povo somali e com os seus representantes", afirmou Dom Bertin,
que faz votos de que a opção militar não seja a escolha prioritária, "pois não se
pode pensar em resolver a penúria unicamente com as armas".
"Nesses últimos
meses, insisti sobre o fato de que não se deve abandonar a Somália nas mãos somente
das organizações humanitárias, mesmo que sejam animadas pelos fins mais nobres; do
contrário, se perpetua a situação de dependência. Ao invés, é preciso deixar um grande
espaço a diplomatas e políticos para que desempenhem seu papel. Não gostaria que o
aspecto militar se tornasse prioritário em relação aos outros. A meu ver, privilegiando
a intenção militar não se resolverá muita coisa", afirmou.
Na quarta-feira,
o Conselho de Segurança da ONU aprovou o aumento dos efetivos da AMISOM (a força militar
da União Africana) de 12.000 a 17.731 homens, enquanto as tropas etíopes (que apoiam
o governo somali de transição) anunciaram a conquista da cidade de Baidoa, que estava
nas mãos dos Shabab.