Maior campo de refugiados do mundo completa 20 anos
Nova Iorque (RV) - É conhecido como o maior campo de refugiados do mundo, tem
hoje em dia 463 mil refugiados e foi construído há 20 anos. Na época, em 1991, serviu
para o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, abrigar 90 mil
pessoas.
Originalmente, eram três campos na mesma área geográfica: Ifo, Dagahaley
e Hagadera. Hoje, Dadaab é uma enorme extensão que chegou a receber uma média de
mil pessoas por dia, na maioria famintos da Somália, vítimas da crise alimentar do
ano passado.
Somente em junho passado, 30 mil pessoas cruzaram os portões do
complexo, outras 40 mil em julho e 38 mil em agosto. Além da ONU, o governo queniano
e organizações não-governamentais têm tentado proteger os refugiados, alimentá-los
e dar-lhes guarida, mas o excesso de pessoas, as cheias sazonais e os riscos de doenças
são uma ameaça constante à vida no campo.
O Acnur renovou o apelo à comunidade
internacional para continuar a apoiar os refugiados somalis na região, assim como
as autoridade quenianas e outros países que recebem esses refugiados.
O Acnur
sublinhou ainda a necessidade de se restaurar a paz na Somália de forma a dar aos
refugiados somalis no campo perspetivas de regressar a casa.
A situação atual
em Dadaab é um desafio enorme. O sequestro de três funcionários humanitários no ano
passado, e mais recentemente o homicídio de dois líderes dos refugiados e de vários
polícias quenianos, além das ameaças aos funcionários humanitários, forçou o Acnur
e parceiros a repensarem a forma como a ajuda é entregue no campo.
Uma das
soluções encontradas é capacitar os refugiados e passar parte das responsabilidade
da ajuda humanitária para os próprios residentes do campo. (Onu)