2012-02-23 12:44:16

Bento XVI: "A cinza é um daqueles sinais materiais que levam o cosmo para dentro da Liturgia"


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa presidiu, ontem, Quarta-feira de Cinzas, a celebração da Santa Missa, na Basílica de Santa Sabina, em Roma. A Quarta-feira de Cinzas marca o início do período de 40 dias da Quaresma.

Na sua homilia o Papa recordou que a cinza é um daqueles sinais materiais que levam o cosmo para dentro da Liturgia. Os sinais materiais principais são, evidentemente, os dos Sacramentos: a água, o óleo, o pão e o vinho, que se tornam verdadeira matéria sacramental, instrumento mediante o qual se comunica a graça de Cristo que nos alcança.

No caso da cinza – disse o Papa -, se trata, ao invés, de um sinal não sacramental, mas, mesmo assim, ligado à oração e à santificação do Povo cristão: de fato, é prevista, antes da imposição sobre a cabeça, uma bênção específica das cinzas, com duas fórmulas possíveis.

Na primeira elas são definidas “símbolo austero”; na segunda se invoca diretamente sobre elas a bênção e se faz referência ao texto do Livro do Gênesis, que pode inclusive acompanhar o gesto da imposição: “Recorda-te que és pó, e em pó te hás de tornar” (Gen 3,19).

Portanto, - destacou ainda o Papa - o sinal da cinza nos reconduz ao grande afresco da criação, em que se diz que o ser humano é uma singular unidade de matéria e de sopro divino, mediante a imagem do pó da terra plasmada por Deus e animada por seu sopro.

Referindo-se às consequências do pecado de Adão e Eva, narradas no Gênesis, o Papa frisou que quando Deus diz ao homem: "Tu és pó e pó voltarás a ser!", junto com a justa punição pretende também anunciar um caminho de salvação, que passará justamente mediante a terra, mediante aquele "pó", aquela "carne" que será assumida pelo Verbo.

É nessa perspectiva salvífica que a palavra do Gênesis é retomada pela Liturgia da Quarta-feira de cinzas: como convite à penitência, à humildade, a dar-se conta da própria condição mortal, mas não para cair no desespero, mas para acolher, justamente nessa nossa mortalidade, a impensável proximidade de Deus, que, para além da morte, abre a passagem para a ressurreição, para o paraíso finalmente reencontrado. (SP)







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