Banjul (RV) - “Senhor, dá-me um coração misericordioso”: é a oração que o Bispo
de Banjul, Gâmbia, coloca ao centro da sua Carta Pastoral para a Quaresma 2012, inteiramente
dedicada ao tema do perdão. “Perdoar não é fácil para ninguém”, escreve o bispo, porque
“saber perdoar é um dom de Deus” e significa “tornar livre os irmãos”. Mas é ainda
“mais importante – continua Dom Ellison – que o perdão inclua a minha libertação da
miserável prisão do ressentimento e do rancor. Conservar rancor é como beber veneno,
é como um câncer do espírito e, como tal, cresce e nos destrói”.
Somente confiando
em Deus, ao invés, se pode compreender que “a paz e a liberação profundas derivam
do abrir a porta do coração às palavras de salvação que Cristo pronunciou na Cruz,
ou seja, “Senhor perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Em seguida, o bispo de
Banjul sublinha que “a história da Salvação é a história do perdão de Deus para toda
a humanidade. Deus ama e perdoa cada um de nós, assim podemos amar e perdoar uns aos
outros”.
Neste sentido, afirma o bispo, torna-se fundamental o sacramento
da confissão, pois, “quando se decide se aproximar da confissão, significa que já
fizemos a escolha de mudar algo de errado nas nossas vidas”. E não só isso: a confissão
“inclui também a graça necessária para colocar em prática tal mudança”.
Eis
porque, diz Dom Ellison, “o sacramento da confissão não é uma decoração: ao contrário,
a firme decisão de perdoar e não pecar mais, que se lê no Ato de Contrição, é um elemento
fundamental”: Nasce então a oração conclusiva que o bispo de Banjul faz para que Deus
concede “um coração misericordioso” a todos os fiéis. (SP)