Cidade do Vaticano
(RV) – Campinas, São Paulo. Uma das maiores metrópoles do país. Tabatinga, Amazonas.
Fronteira do Brasil com Peru, Colômbia e Venezuela. O que espera uma missionária que
trocou a cidade grande pelo coração da Amazônia?
É a primeira vez que Izalene
Tiene, 68 anos, parte em Missão. Ex-prefeita de Campinas, ela explica como foi parar
na Amazônia. (Na foto ela recebe a Cruz Missionária antes da partida)
“Há
dez anos existe um convênio do Regional Norte 1 com o Regional Sul 1. Cabe ao Regional
Sul 1 enviar missionários ao Alto Solimões, na maioria padres. Contudo, aqui em Tabatinga
(AM), a Igreja pretende implantar o Conselho de Leigos e também a Pastoral de Fé e
Política. Eu fiz minha inscrição e depois fui chamada pela Igreja de Tabatinga”, conta.
Uma
das primeiras diferenças que a missionária sentiu ao chegar ao Amazonas foi a do papel
que a Igreja tem por lá.
“O Poder Público aqui não dá conta, ou não tem um
planejamento para atender todas as necessidades do povo. A Igreja cumpre muito o papel
do Estado. Aqui em Tabatinga, especialmente, estão os imigrantes haitianos que começaram
a chegar há dois anos. E não existe no Estado uma estrutura para acolhê-los então
é a Igreja que acaba assumindo essa responsabilidade. Somente a partir de 12 de janeiro,
quando a presidente assinou um decreto que limita a entrada dos haitianos é que o
Estado começou a tomar iniciativas”, releva.
Izalene deve ficar no Amazonas
pelos próximos três anos.
“Acabo de chegar por aqui, ainda preciso conhecer
e me adaptar à cultura local. Como sou assistente social aposentada, poderia ficar
além desses três anos, tudo vai depender da adaptação e das necessidades da Igreja”,
adianta.
Entretanto, a ligação da missionária com a política deve marcar este
período na Diocese do Alto Solimões.
“Eu vejo que a minha colaboração pode
ser nessa questão da formação dos cristãos para uma participação mais consciente na
política já que este ano é eleitoral no Brasil. Eu tenho certa experiência nessa questão
de discutir à luz da Doutrina Social da Igreja qual é a importância de se ter um projeto
político iluminado pelas diretrizes da Igreja”, finaliza.