Jacques Berthieu, apóstolo de Madagascar, será proclamado santo
Cidade do Vaticano (RV) - Jacques Berthieu, o padre francês, jesuíta, morto
em Madagascar (1838-1896), será proclamado santo pelo Papa Bento XVI no dia 21 de
outubro. É considerado um mártir da fé. Ele foi beatificado pelo Papa Paulo VI em
17 de outubro de 1965, durante o Concílio Vaticano II.
Nascido na França em
Ponminhac, perto de Aurillac, em uma família de proprietários agrícolas, foi ordenado
sacerdote da diocese de Saint-Flour, 21 de maio de 1864, e nomeado vigário em Roanne-Saint-Mary,
onde passou nove ano.
Aos 35 anos, entrou no noviciado da Companhia de Jesus,
em Pau. Em 1875, foi para Madagascar, onde exerceu seu ministério de evangelização.
Mas
a população sacudiu o jugo do protetorado francês e eclodiram rebeliões, severamente
reprimidas. Em 1896, houve a revolta de Menalambas, que buscava não somente expulsar
os Europeus, mas destruir a religião cristã.
Os militares obrigaram os religiosos
a se retirarem com eles, mas desistiram durante um ataque dos insurgentes. Os fugitivos
refugiaram-se no vilarejo de Ambonhibesoandro onde o padre Berthieu foi capturado,
espancado até o sangue e levado para Ambiatibé. Respondia àqueles que lhe induziam
à apostasia: "Prefiro morrer." À noite, enquanto orava pelos seus perseguidores, foi
fuzilado e seu corpo jogado no rio Mananara. Era o dia 8 de junho de 1896.
Assim
descrevia a sua missão a um amigo sacerdote, consciente do perigo: "Há 18 meses que
estou a uma longa jornada de Tananarive, sem companheiro pela primeira vez na vida,
tendo 18 lugares para atender numa vasta extensão. Eis-me aqui, portanto, missionário
para tudo o que é bom e me formei para isso. As minhas forças diminuem, mas ainda
posso montar bem a cavalo. Uma vez por mês, na reunião dos padres, vou à capital para
todos os assuntos. Não vai demorar muito. Eis aqui a minha vida em jogo. Para resumir,
este é o lugar onde o Reino de Deus sofre violência por parte de muitos inimigos,
maus e poderosos”.