Santa Sé exige maior eficácia no controlo do comércio de armas
(17/2/2012) O observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, D. Francis
Chullikatt, considera que a comunidade internacional precisa de mostrar mais força
no controlo do comércio de armas. Este arcebispo indiano está a acompanhar o comité
responsável pela preparação da Conferência da ONU sobre o tratado do comércio de armas,
prevista para julho deste ano. O prelado sublinhou a “necessidade de um instrumento
legal forte, credível e eficaz, para regulamentar e melhorar a transparência” nesta
área. Caso contrário, estará em causa não só “a manutenção da paz e da segurança”
mas também “o desenvolvimento humano”, ameaçado pela “difusão de uma cultura de violência
e criminalidade”, sublinhou. Por isso – explicou o representante da Santa Sé –
é necessária "uma ação responsável, partilhada por todos os membros da comunidade
internacional", a fim de promover "a manutenção da paz e da segurança internacional". Recordando
que essa ação responsável chama em causa Estados, organizações internacionais e organismos
não-governamentais, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU frisou que o princípio
basilar do Tratado sobre o comércio de armas deve ser a busca de "um mundo mais respeitoso
da dignidade da pessoa e do valor da vida humana". Os critérios de aplicação do
Tratado devem manter referências aos direitos humanos, ao direito humanitário e ao
desenvolvimento, campos onde "o impacto do mercado ilícito de armas é particularmente
forte", acrescentou. Deve-se, por fim, prestar "atenção à proliferação ilícita
de armas, mediante a redução da procura". Nesta ótica parece oportuno introduzir
no Tratado "referências a processos educacionais e programas que - envolvendo todos
os setores da sociedade, incluindo as organizações religiosas – estejam voltados para
a promoção de uma cultura da paz", concluiu o Arcebispo Chullikatt.