Consistório: Papa e cardeais reúnem-se para dia de oração pela nova evangelização
Cidade do Vaticano (RV) - Aconteceu nesta sexta-feira, na Sala nova do Sínodo,
o Dia de oração e reflexão convocado pelo Papa para os membros do Colégio Cardinalício
e os novos cardeais, em vista do Consistório deste sábado para a criação de 22 novos
purpurados.
As atividades do dia – informa uma nota da Sala de Imprensa da
Santa Sé – tiveram início com a oração da Liturgia das Horas, seguida da saudação
do Cardeal Decano Angelo Sodano.
O tema principal do dia – "O anúncio do Evangelho
hoje, entre missio ad gentes e nova evangelização" – foi introduzido por uma exposição
do Arcebispo de Nova York, Dom Timothy Dolan.
"A nova evangelização gera missionários
entusiastas": foi o que afirmou o Arcebispo Dolan, que em sua ampla exposição ressaltou
que "nenhum cristão" é excluído da "tarefa de testemunhar Jesus, transmitindo a outros
o convite do Senhor na vida cotidiana".
Em seguida, o cardeal designado desenvolveu
em sete pontos uma estratégia de evangelização que – evidenciou – deve hoje enfrentar
a realidade da secularização.
Encontramo-nos "diante do desafio de combater
o analfabetismo catequético", acrescentou. No mais – constatou –, mesmo "uma pessoa
que se orgulha por aderir ao secularismo" reconhece que a humanidade seria um absurdo
sem um Criador. Eis o motivo pelo qual mesmo Nova York, que dá a impressão de ser
"a capital da cultura secularizada", é, "apesar disso, uma cidade muito religiosa".
Em
seguida, o Arcebispo Dolan exortou a Igreja a ser segura, mas não triunfalista, vez
que também ela "tem sempre necessidade de ser evangelizada". O cardeal designado recordou
que o Concílio Vaticano II e os últimos papas exortam os fiéis a "se enxergarem como
uma fileira de missionários e evangelizadores".
Mas, então, qual estilo deve
caracterizar essa nova urgente tarefa da Igreja? "A nova evangelização – disse o futuro
cardeal – se realiza com o sorriso aberto, não com a expressão facial fechada." E
reiterou que a nova evangelização "é um ato de amor".
O arcebispo de Nova York
concluiu sua exposição afirmando que "precisamos falar novamente como uma criança
a verdade eterna, a beleza e a simplicidade de Jesus e da sua Igreja".
Sucessivamente,
o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino
Fisichella, fez uma comunicação sobre o Ano da Fé, sobre seu significado à luz da
Carta Apostólica "Porta fidei".
O objetivo principal deste Ano – disse – é
fazer redescobrir a alegria do encontro com Cristo num momento de crise particular,
que vê muitos cristãos indiferentes e distantes da vida da comunidade.
Este
Ano da Fé torna-se assim uma ocasião propícia para que a Igreja inteira ofereça um
testemunho comum da sua fé no Senhor Ressuscitado – observou Dom Fisichella.
Após
a conferência e a comunicação, respectivamente, dos arcebispos Dolan e Fisichella,
tiveram início os pronunciamentos dos participantes do dia. Houve espaço suficiente
para 7 pronunciamentos multitemáticos, feitos até a recitação do Angelus conduzida
pelo Santo Padre.
Na parte da tarde, após as Vésperas às 17h locais, continuarão
os pronunciamentos dos participantes. Do total dos 213 membros do Colégio cardinalício,
incluindo os 22 novos cardeais, encontram-se presentes 133. Os ausentes alegaram motivo
de idade ou de saúde ou de precedentes compromissos inadiáveis.
Com o Consistório
deste sábado – o quarto de Bento XVI –, o Colégio Cardinalício fica formado por 213
componentes, dos quais, 125 eleitores e 88 não-eleitores. (RL)