2012-02-15 15:45:47

Baronesa Warsi: “A Europa deve ter mais confiança em seu Cristianismo”


Cidade do Vaticano (RV) – “A Europa deve ter mais confiança em seu Cristianismo”. Foi o que disse a baronesa Sayeeda Warsi, representante do Primeiro-Ministro britânico David Cameron. Na tarde de ontem, em seu discurso na Pontifícia Academia Eclesiástica e ao Corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé – por ocasião da visita oficial ao Vaticano da importante delegação ministerial do Reino Unido por ela liderada – a baronesa Warsi afirmou que “para poder promover a harmonia social” as pessoas “precisam sentir-se mais fortes em sua identidade religiosa, mais seguras de sua fé”.

Isto, de acordo com a baronesa, significa que “os indivíduos não devem diluir a própria fé” e “as nações não devem negar seu patrimônio religioso”. Warsi, nascida no Reino Unido de pais paquistaneses, muçulmana, e hoje “ao serviço de um País cristão”, lembrou que a sociedade, a cultura e os valores da Europa “derivam” há “séculos do Cristianismo”, e alertou para os riscos relacionados com a tentativa, lembrada em 2010 também por Bento XVI em seu discurso na Westminster Hall e defendida por um terminado “secularismo militante”, de “cancelar a religião da área pública” na Grã-Bretanha e na Europa.

Por isso, sublinhou, “os políticos devem dar à fé um lugar na mesa da vida pública” pela contribuição que ela pode oferecer na “avaliação dos problemas de hoje”. Defender as minorias religiosas e promover o diálogo entre as religiões foram as outras exortações da baronesa Warsi, que neste aspecto reconheceu “os progressos alcançados graças ao trabalho da Igreja Católica”.
No início de seu discurso Warsi destacou o “amplo alcance mundial” da Santa Sé – apesar de ser “o menor estado do mundo” -, os 30 anos do restabelecimento das plenas relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Reino Unido, que se comemoram este ano, esperando uma cada vez mais estreita colaboração recíproca, e a viagem do Papa, “histórica e inesquecível”.

Em sua saudação de abertura, o Presidente da Pontifícia Academia Eclesiástica, Dom Beniamino Stella, lembrou que a instituição prepara sacerdotes de várias nacionalidades ao serviço da Santa Sé, em seus setores de governo central ou nas Representações pontifícias no mundo. Após ter ilustrado as tarefas a que serão chamados os futuros diplomatas, observou: “Muitas vezes somos surpreendidos pela complexidade do mundo de hoje” e “não somos isentos das dificuldades e dos medos devidos, por exemplo, ao aumento da violência, da crise econômica que tem suas raízes” no “obscurecimento da consciência”.

Ulterior desafio, “o imperativo” da necessidade de falar “uma linguagem ética que a sociedade de hoje, marcada pelo relativismo moral, tem dificuldade em aceitar e mais ainda em viver”. Entre os presentes o Arcebispo de Westminster, Dom Vincent Nichols. (SP)








All the contents on this site are copyrighted ©.