2012-02-14 17:52:04

Sacerdote jesuíta Dall'Oglio: sírios são gratos pela solidariedade do Papa


Cidade do Vaticano (RV) - A longa agonia de Homs, localidade da Síria há semanas sob ataque do exército de Damasco, não dá sinal de arrefecimento. Apesar de a Liga Árabe ter pedido a interrupção imediata de assassinatos, sete pessoas foram mortas na manhã desta terça-feira – segundo fontes dos ativistas anti-regime.

Enquanto a chanceler alemã, Angela Merkel, ventila a hipótese de "novas sanções" contra a Síria, o presidente chinês, Wen Jabao, convida a se evitar o risco de "guerra civil".

Neste domingo, no Angelus, também Bento XVI fizera um forte apelo em favor do fim das violências na Síria. Foram palavras acolhidas com gratidão pelo fundador da comunidade monástica de Mar Musa, o sacerdote jesuíta Paolo Dall'Oglio, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Pe. Paolo Dall'Oglio:- "Recebi a ligação de vários amigos para dar-me a notícia desse apelo do Papa. Com certeza, é algo mais que positivo. É uma grande consolação para os sírios, certamente para os cristãos católicos, mas também para todos os cristãos e – diria – aliás, para todos os cidadãos sírios. O Papa tomou uma posição muito realista e, ao mesmo tempo, evangélica. A questão importante, agora, é que essas palavras não acabem se tornando somente um apelo feito de uma janela: o Papa não pode fazer tudo sozinho; é chegado o momento em que os cristãos e todas as pessoas que querem o bem da Síria devem agir."

RV: O senhor vê neste apelo do Pontífice um passo ulterior da diplomacia da Santa Sé?

Pe. Paolo Dall'Oglio:- "Espero realmente muito nisso. Semana passada pedi muito claramente – como vocês sabem – e agora vejo que finalmente existe um ponto de partida muito interessante e que desde esta segunda-feira caminha na direção das posições coerentes do Vaticano em todos os momentos da crise. Não podemos, porém, deixar a Síria no impasse em que se encontra. O Vaticano tem a vantagem de representar uma diplomacia que não tem nenhum interesse particular: é uma diplomacia – podemos dizer – da gratuidade, que pode convencer todas as partes em conflito. A experiência da Santa Sé no diálogo com o Islã, nos últimos dez anos – o Islã sunita bem como o Islã xiita –, pode, inclusive, fazer de modo que se faça ouvir: poderia permitir dizer palavras construtivas que sejam posteriormente ouvidas por todos." (RL)







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