2012-02-14 14:16:59

Futuro da África debatido pelo Conselho das Províncias anglicanas da África



(14/2/2012) “Não existe paz entre as nações sem a paz entre as religiões: a violência trágica está a destruir as nossas comunidades”. A denuncia está contida no comunicado do 11º encontro do Conselho das Províncias anglicanas da África (Capa), que se realizou em Bujumbura, capital do Burundi.

Os representantes da Comunhão anglicana do continente manifestam tristeza, preocupação e horror pela perseguição que sofrem os cristãos pelas mãos dos fundamentalistas islâmicos em muitos países do mundo árabe, na Nigéria e na Ásia. O Conselho defende que os cristãos e os islâmicos vivam juntos e resolvam pacificamente as suas diferenças. Trata-se de fortalecer o diálogo religioso, alicerçado na paz, na justiça e no acolhimento recíproco.

Quanto à Comunhão anglicana – marcada por problemas relacionados com a questão teológica – o comunicado, citado pelo Osservatore Romano, salienta que é preciso fortalecer a fraternidade e a unidade, nas diferentes províncias africanas, onde as comunidades de fiéis anglicanos se sentem isoladas e mais expostas aos perigos. Muitos são os desafios que devem ser enfrentados: a fome, as doenças, as carências sanitárias, a crise humanitária nos sangrentos conflitos e a necessidade de acolher os refugiados; o comércio de armas no continente; a violência de maiorias contra as minorias religiosas; as adversidades climáticas (secas – enchentes); o aumento de conflitos em diferentes países por causa do aumento da pobreza e da falta de trabalho.

Diante dos males, das preocupações e das antigas e novas exigências da África – no comunicado que resume os temas debatidos no encontro –salienta-se a necessidade de “fortalecer também numericamente a comunhão anglicana através de um novo impulso de evangelização”. E isto através do incremento da formação permanente do clero e dos leigos comprometidos, garantindo uma maior participação dos jovens na vida eclesial, através de uma leitura atenta da realidade, considerando as múltiplas exigências próprias dos vários Países, como por exemplo a nova nação do Sudão do Sul, a necessidade da solidariedade em relação aos cristãos do Sudão (norte) e dos difíceis desafios atuais no Zimbábue e no norte da África.

Entre as resoluções aprovadas – que incluem a aceitação do plano estratégico para os próximos cinco anos da Comunhão anglicana na África, chamada “a participar na construção de um futuro de esperança para todo o Continente”-, é de particular relevo o “fortalecimento da colaboração recíproca entre as províncias anglicanas e a promoção da liderança cada vez mais responsável e aberta na caridade”; a atenção particular à saúde com assistência sanitária primária e com estratégias de prevenção contra o HIV e a SIDA; e ainda a participação na gestão, em diferentes níveis de competências, dos enormes recursos não aproveitados dentro do Continente.

Aprovadas também as resoluções que interessam o fortalecimento das respostas às emergências sociais, às calamidades naturais e do setor das comunicações sociais, indispensável para favorecer o conhecimento recíproco e o fortalecimento dos laços de comunhão.








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