Caritas dá prioridade aos desempregados, aposta na recuperação financeira dos mais
pobres e na criação de grupos sociais em todas as paróquias de Portugal
(14/2/2012) Os desempregados, a recuperação financeira dos mais pobres e a criação
de grupos de apoio social em todas as paróquias são as prioridades para o próximo
triénio da Caritas Portuguesa, revelou o seu presidente, durante a reunião da Comissão
Permanente realizada em Fátima. Depois de sublinhar que “a crise não vai ser superada
de certeza no próximo ano”, o dirigente salientou que a Caritas vai também dar “atenção
especial no acompanhamento às pessoas que vão ser vítimas da austeridade”, reelaborando
com elas “projetos de vida”. O responsável realçou que cada paróquia deve ter um
grupo “minimamente organizado” de apoio social que “em nome da comunidade cristã responda
aos problemas dos mais pobres”, sendo também necessário cuidar da “formação” dos membros
dessas equipas. Referindo-se à transferência de verbas do Governo para as instituições
particulares de solidariedade social, o responsável afirmou que a relação entre as
“competências do Estado e aquelas que a sociedade deve assumir” constitui uma “tensão
que ainda não está bem resolvida”. Eugénio Fonseca considera que o Estado “deve
assumir-se como mais um parceiro e não como o patrão gigante que tudo determina e
decide sem muitas vezes contar com as capacidades dos cidadãos”, mas espera que esta
delegação de competências não leve os organismos estatais “a desligarem-se das suas
responsabilidades”. O Estado, vincou, tem de “dar o exemplo” na contenção de custos,
pelo que “terá de ser o primeiro a racionalizar os seus recursos”: “Está na hora de
se evitarem os esbanjamentos e prevenirem situações de acumulação ilícita de riqueza”,
ao mesmo tempo que se acaba com o financiamento de projetos “totalmente inúteis”. A
semana nacional da Caritas, com o lema “Edificar o bem comum – tarefa de todos e de
cada um”, decorre de 4 a 11 de março, e entre 16 a 18 do mesmo mês realiza-se o Conselho
Geral da instituição, no Seminário de Leiria.