2012-02-13 12:36:21

Igrejas anglicanas discutem futuro da África


Bujumbura (RV) – “Não existe paz alguma entre as nações sem a paz entre as religiões: a violência trágica está destruindo as nossas comunidades”. O apelo foi feito no final do 11º encontro do Conselho das Províncias anglicanas da África (Capa), que se realizou em Bujumbura, capital do Burundi.

No comunicado final – citado pelo jornal vaticano L’Osservatore Romano –, os representantes da Comunhão anglicana do continente manifestam tristeza, preocupação e horror pela perseguição que sofrem os cristãos pelas mãos do fundamentalistas islâmicos em muitos países do mundo árabe, na Nigéria e na Ásia. O Conselho defende que os cristãos e os islâmicos vivam juntos e resolvam pacificamente suas diferenças. Trata-se de fortalecer o diálogo religioso, alicerçado na paz, na justiça e na acolhida recíproca.

Quanto à Comunhã o anglicana – marcada por problemas relacionados à questão teológica –, o comunicado destaca que é preciso fortalecer a fraternidade e a unidade, nas diferentes províncias africanas, onde as comunidades de fiéis anglicanos sentem-se isoladas e mais expostas aos perigos. Muitos são os desafios a serem enfrentados: a fome, as doenças, as carência sanitárias, a crise humanitária nos sangrentos conflitos e a necessidade da acolhida dos refugiados; o comércio de armas no continente; a violência de maiorias contra as minorias religiosas; as adversidades climáticas (secas – enchentes); o aumento de conflitos em diferentes países por causa do aumento da pobreza e da falta de trabalho.

Diante dos males, das preocupações e das antigas e novas exigências da África – destaca-se na nota, que resume os temas debatidos no encontro –, é preciso “fortalecer também numericamente a comunhão anglicana através de um novo impulso de evangelização”. E isto através do incremento da formação permanente do clero e dos leigos comprometidos, garantindo uma maior participação dos jovens à vida eclesial, através de uma leitura atenta da realidade, considerando as múltiplas exigências próprias dos vários Países, como por exemplo a nova nação do Sudão do Sul, a necessidade de solidariedade em relação aos cristãos do Sudão (norte) e dos difíceis desafios atuais no Zimbábue e no norte da África.

Entre as resoluções aprovadas – que incluem a aceitação do plano estratégico para os próximos cinco anos da Comunhão anglicana na África, chamada “a participar da construção de um futuro de esperança para todo o Continente” -, de particular destaque o “fortalecimento da colaboração recíproca entre as províncias anglicanas e a promoção da liderança cada vez mais responsável e aberta na caridade”; a atenção particular à saúde com assistência sanitária primária e com estratégias de prevenção contra o Hiv e a Aids; e ainda a participação na gestão, em diferentes níveis de competências, dos enormes recursos não aproveitados dentro do Continente.

Aprovadas também as resoluções que interessam o fortalecimento das respostas às emergências sociais, às calamidades naturais e do setor das comunicações sociais, indispensável para favorecer o conhecimento recíproco e o fortalecimento dos laços de comunhão. (SP)







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