Igreja argentina apoia soberania do país nas Ilhas Malvinas
Buenos Aires (RV) - O Presidente da Pastoral Social da Conferência Episcopal
Argentina, Dom Eduardo Lozano Jorge, manifestou este domingo seu apoio ao pedido de
soberania sobre as Ilhas Malvinas "no âmbito da diplomacia" e através "da busca do
diálogo".
"É bom que o Governo nacional tenha feito sua queixa pela crescente
militarização da área" diante da ONU, disse o Bispo à Rádio Mitre, de Buenos Aires,
que se declarou favorável à postura do país de recorrer a organismos internacionais,
"quando não existe a possibilidade de diálogo direto com o Reino Unido".
"Nas
Malvinas, existe uma coincidência entre os cultos religiosos e na sociedade em seu
conjunto. Não queremos atravessar situações bélicas e sabemos que os conflitos têm
que ser solucionados através do diálogo", destacou.
Também o Presidente da
Conferência Episcopal Argentina, Dom José María Arancedo, considerou correto seja
o justo pedido de soberania, seja o caminho diplomático escolhido, acrescentando,
porém, que nem o governo nem a oposição devem se aproveitar desta situação tão delicada
que diz respeito ao futuro de todos os argentinos.
A tensão entre Argentina
e Reino Unido aumentou nas últimas semanas, quando se aproxima o trigésimo aniversario
do início da Guerra das Malvinas, em que ambos os países combateram pela soberania
do arquipélago.
O chanceler argentino, Héctor Timerman, acusou na sexta-feira
o Reino Unido diante do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, de militarizar e introduzir
armamento nuclear no Atlântico Sul. Timerman destacou que seu país quer uma solução
pacífica ao conflito e que o Reino Unido responda aos chamados das Nações Unidas para
que ambas as partes negociem. Ele recordou ainda que a partir das Malvinas, os britânicos
têm capacidade de atacar boa parte da Argentina, todo o Uruguai, parte do Chile e
o sul do Brasil.
O arquipélago está sob domínio britânico desde 1833. (BF)