2012-02-13 12:32:52

Abusos sexuais: arquivado nos EUA caso contra a Santa Sé


Cidade do Vaticano (RV) - Concluiu-se no silêncio da mídia um doloroso episódio de abusos que queria envolver o Papa e a Santa Sé. Na última sexta-feira, o advogado Jeff Anderson depositou no Tribunal Distrital de Wisconsin, Estados Unidos, um pedido de arquivação relativa à ação legal denominada “John Doe 16 contra Santa Sé”. Trata-se do caso de um menino com deficiência abusado por um clérigo em uma escola para crianças surdo-mudas em Milwaukee: no Instituto, vários outros meninos foram abusados pelo mesmo sacerdote. Segundo as leis estadunidenses em vigor, a apresentação de tal pedido por parte do advogado comporta o arquivamento imediato do caso, sem que seja necessária uma sentença em mérito emitida pelo Tribunal.

A acusação, denunciando o ocultamento dos abusos, queria afirmar a direta responsabilidade da Santa Sé sobre os mais de 400 mil sacerdotes dispersos em todo o mundo, quando a responsabilidade, e é de conhecimento geral – sublinha em uma declaração o advogado da Santa Sé Jeffrey Lena –, cabe aos respectivos bispos ou superiores religiosos.

Lena recorda como Anderson “arquitetou para a imprensa um evento que contem tons dramáticos e cheios de “surpresas” e que tinha como objetivo provocar nos meios de comunicação uma frenética atenção pela questão”. Recorda-se o enfático anúncio de informações que demonstrariam a existência de “uma ação conjunta em nível mundial” ligada a abusos sexuais e dirigida pela Santa Sé.

“Sobre a teoria tanto falada e depois desmentida – afirma Lena – foi criada intencionamente para os meios de comunicação uma sequência de eventos que transformou um fato gravíssimo – a violência sexual perpetrada contra menores – em um instrumento de afirmações não verídicas sobre presumíveis responsabilidades da Santa Sé”.

Lena sublinha também o compromisso da Igreja no combate aos abusos recordando que “foi o Direito Canônico e não o Civil, antes de tudo, a instituir por primeiro a obrigação de denúncia” para esses casos. Uma denúncia como essa – prossegue o advogado Lena – “feita contra a Santa Sé e apoiada somente em acusações infundadas de complôs internacionais, na verdade, nada mais é do que uma instrumentalização do sistema judiciário e um desperdício de recursos”.

“O que não devemos esquecer – afirma ainda o advogado da Santa Sé - é o fato de que muitos anos atrás, John Doe 16, um jovem sozinho e com deficiência, foi objeto de terríveis abusos”. Como o Papa Bento XVI repetidamente afirmou, “todo abuso – seja perpetrado em instituições públicas ou privadas, por qualquer pessoa, de qualquer credo ou filiação religiosa – é um pecado e um crime”.

“É triste constatar – conclui Lena – como nas mãos de um advogado, propenso a coletivas de imprensa, e de um outro que passa o seu tempo a escrever na Internet uma rubrica tendenciosa com a qual tenta apresentar como herói a si mesmo e seus colegas, a verdadeira trágica situação e o sofrimento de John Doe 16, se tonraram um instrumento para enganar a opinião pública”. (SP)







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