Cidade
do Vaticano (RV) - No dia em que a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora de
Lurdes, celebra-se no mundo o Dia Mundial do Doente, criado pelo Papa João Paulo II,
diante da necessidade de assegurar a melhor assistência possível aos doentes.
Nesta
reportagem dedicada ao Dia 11 de fevereiro, entrevistamos o Pe. Delci Conceição, nascido
em Londrina (PR), sacerdote da Pequena Missão para Surdos. Ele comenta a mensagem
de Bento XVI para a recorrência, “Levanta-te e vai, a tua fé te salvou!” (Lc 17, 19):
“Vendo
um pouco a mensagem do Papa, senti um desejo dele de estar muito próximo das pessoas
que sofrem. Quando ele fala que “no encontro com Deus se pode experimentar realmente
que nunca se está sozinho”. Isso é importante porque muitas vezes as pessoas com alguma
enfermidade se sentem sozinhas, abandonadas, e o Papa vem e diz: “Não, vocês não estão
sozinhos”. Deus é sensível a esta realidade, não abandona nossas angústias, não nos
deixa aos nossos sofrimentos, mas está ali bem perto de nós, ajudando-nos a suportar;
Ele deseja curar. Esta é a realidade que achei importante da Mensagem, este Deus próximo,
que vem quando é invocado no sofrimento, na enfermidade. O seu amor nunca abandona
a pessoa que o invoca. Isso é importante, vejo que a palavra do Papa neste sentido
demonstra também o amor da Igreja, que prolonga no tempo a obra salvífica; é trazida
por Jesus Cristo. Veja, esta Mensagem vem a ser um estímulo, uma injeção de ânimo
para que as pessoas creiam neste Deus que é próximo, que é solidário, que vem para
curar, para salvar. É nesta dimensão que acredito que o Papa a escreveu, e seu coração
certamente tinha todas estas intenções e trazia em si o sofrimento de toda a humanidade”.
O Papa afirma ainda que “o Sacramento da Penitência e da Reconciliação,
e o Sacramento da Unção dos Enfermos, encontram o seu cumprimento natural na Comunhão
Eucarística”.
“Em relação ao Sacramento da Unção dos Enfermos, o
Papa fala de uma coisa importantíssima: ele o vê como medicamento de Deus. Achei muito
interessante propor esta forma de falar da Unção dos Enfermos, como um Sacramento
de cura, de libertação, mas ao mesmo tempo, como um medicamento de Deus. Significa
que a pessoa que recebe esta Unção está sendo ungida com toda a graça salvífica de
Deus. Deus vem para intervir, para salvar, Deus vem para curar e libertar esta pessoa.
O que significa isso? Que esta pessoa não está sozinha. Deus é ali e vem para curar.
Então, este medicamento de Deus mexeu muito comigo; a forma como o Papa trabalhou,
escreveu e pensou nesta realidade dos enfermos. Vejo isso como uma questão muito carinhosa
da parte dele e ao mesmo tempo muito determinada ao dizer o Sacramento da Unção dos
Enfermos é um medicamento de Deus para a sua enfermidade. Veja que maravilhoso isso.
E aí vem toda a dimensão do Cristo Jesus com sua graça salvífica, por suas chagas
nós fomos curados. Então, o medicamento de Deus está aí à disposição: Deus, em sua
determinação, vem para salvar aqueles que o invocam, aqueles que crêem, e esta graça
é distribuída pela Igreja a todos os que necessitam dela. A solidariedade do Papa
Bento XVI para com estas pessoas é demonstrada também nesta sua forma de colocar o
sacramento da Unção dos Enfermos”.
“Deus vem com sua graça para revigorar
e consolar. Isto tudo é muito importante. Que nós possamos abrir nossos corações às
pessoas que estão enfermas, mas não só enfermas no corpo, mas também no espírito.
Todos nós temos nossas dificuldades, nossas enfermidades. O Senhor está aí, disponível
para nos curar, para nos salvar. Abramos o nosso coração, assim como o Papa também
indicou. Deus quer curar profundamente nosso coração. Creio que este seja um tempo
de graça para todos nós: sabendo que o amor de Deus não nos abandona, e Ele quer que
nós, seus Filhos, estejamos com Ele como homens curados, revigorados e consolados
pela sua graça”. (CM)