(7/2/2012) Há 20 anos os Estados-membros da Comunidade Europeia assinaram o Tratado
de Maastricht, na Holanda. Como resultado deste tratado histórico foi criada a União
Europeia tal como a conhecemos hoje e deu-se o primeiro passo para a introdução da
moeda única - o euro -, a mesma cuja solidez parece agora ameaçada. A 7 de Fevereiro
de 1992, ao passo que muitos países que tinham feito parte da União Soviética celebravam
o fim da “dominação moscovita”, um processo totalmente oposto ocorria na Europa Ocidental.
Lançavam-se as primeiras sementes de uma Europa federal - embora a UE não seja uma
federação mas antes uma família de países democráticos que optaram por ceder parte
da sua soberania em determinadas matérias . O Tratado de Maastricht significou
mais integração entre os então 12 Estados-membros da Comunidade Europeia, bem como
políticas comuns mais apertadas em áreas como a Segurança e os Negócios Estrangeiros. Mas
o Tratado não foi aceite de ânimo leve em alguns países. A Dinamarca precisou de
dois referendos e várias emendas antes de dizer “sim” e em França o referendo passou
mesmo à justa, com 51% de votos favoráveis. = 2oºNo Reino Unido, o sucessor de
Margaret Thatcher, John Major, chamou ao Tratado a “receita para o suicídio nacional”,
acabando o país por optar ficar fora da futura Zona Euro, em linha com a atitude eurocéptica
que tem seguido nos últimos anos. De acordo com numerosas sondagens, porém, os
europeus estão genericamente a favor dos processos de integração que se foram desenrolando
nos últimos 20 anos mas são menos favoráveis aos critérios obrigatórios de controlo
financeiro que, entre outras coisas, supunham em 1992 um défice máximo de 3% do PIB
e uma dívida pública não superior a 60% do PIB. Nos últimos tempos parece estar
nas mãos das duas principais economias da Zona Euro - a Alemanha e a França - manter
a União Europeia como tal - uma união - estando por provar se conseguirão, face à
actual crise financeira, transformar a UE numa federação forte. Os desafios de globalização
criados pelos países emergentes poderão ser o toque agregador que faltava.