Iemenita vencedora do Nobel da Paz pede ajuda da Itália para garantir eleições
Cidade do Vaticano (RV) - Tawakol Karman, iemenita, uma das três vencedoras
do Prêmio Nobel da Paz 2011, esteve em Roma nesta segunda-feira para um encontro com
o Ministro das Relações Exteriores da Itália, Giulio Terzi Sant’Agata.
Rafael
Belincanta acompanhou para a Rádio Vaticano.
Diante de dezenas
de jornalistas italianos e também da imprensa internacional, a jornalista Tawakol
Karman, 32 anos, falando em árabe e usando o véu islâmico, defendeu a juventude da
primavera árabe
“Nós, jovens da primavera árabe, somos o presente e o futuro.
Estamos dispostos a construir uma parceria que seja ativa em todos os campos, econômico,
social e político, especialmente na luta contra o terrorismo”.
Ela nasceu no
Iêmem, país do Oriente Médio, onde as mulheres não podem votar, dirigir ou dormir
sozinhas num hotel mas são obrigadas aceitarem casamentos combinados ainda muito jovens.
Nessa realidade, ela chamou a atenção do mundo ao se tornar militante do partido de
oposição ao presidente depois de ter sido presa, em janeiro do ano passado. E ela
deixou claro o que veio pedir ao governo italiano.
“Em nome dos jovens da revolução
pedi apoio da Itália para congelar as contas do presidente Ali Abdallah Saleh e que
ele seja julgado pela Corte Penal Internacional. Esta medida é a única que pode garantir
uma transição pacífica no Iêmem, já que em 21 de fevereiro teremos eleições e o presidente
usa suas finanças para disseminar a discórdia que poderá acarretar o fracasso das
eleições”.
Na luta pela democracia e pelos direitos humanos, Tawakol Karman
disse acompanhar atenta a situação na Síria.
“Pedi ao ministro italiano que
chame de volta seu embaixador em Damasco. Acredito que seja o mínimo que se possa
fazer para apoiar a grande revolução e defender o povo da Síria. Pedi ainda que o
ministro também proceda ao congelamento dos bens do presidente sírio Bashar Al-Assad”.