2012-02-06 18:20:09

Dia Internacional da Tolerância Zero contra as Mutilações Femininas


Nova York (RV) – Mais de 140 milhões de mulheres no mundo já passaram por mutilações genitais e três milhões ainda hoje são expostas a essa prática brutal, que viola os direitos humanos. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza, a cada dia 6 de fevereiro, o Dia Internacional da Tolerância Zero contra as Mutilações Femininas.

Tem-se a informação de que a idade em que essas mutilações ocorrem tem sido cada vez mais baixa. Sobre essa e outras questões, a Rádio Vaticano conversou com Augusta Angelucci, psicóloga especialista em questões femininas, funcionária das Nações Unidas que por 15 anos trabalhou na África. “No que tange as consequências psicológicas, é importante fazer uma distinção”, disse ela.

Explicou que, para as meninas que vivem nos países onde as mutilações são feitas dos seis aos oito anos, todos os anos, em um ritual mais ou menos como o da circuncisão masculina, o trauma é, em parte, recompensado pela atenção e afeto recebidos pelos seus familiares, que acompanham e participam do processo.

Já para as meninas que são enviadas a esses países e sofrem a prática, quando voltam para onde moram sentem-se desrespeitadas, traumatizadas pela violência da prática, além de perderem a confiança nos próprios pais que os submeteram a tal procedimento.

A Organização Internacional Anistia Internacional acusa a Europa de não agir com eficácia para combater essa prática. Questionada sobre qual tipo de intervenção poderia funcionar, ela responde que deveriam ser feitos “diálogos interculturais, campanhas de sensibilização e de fortalecimento do feminino, das mulheres”. Angelucci ressaltou ainda a importância de se entender as tradições culturais desses países e frear as práticas ancestrais nocivas à saúde das mulheres, mas também as que ferem a saúde dos homens, das crianças e dos idosos. (ED)








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