Ao Angelus, Papa recorda como Jesus combate o Mal e a doença e evoca a celebração,
no sábado, 11 de Fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, do Dia Mundial do Doente
(5/2/2012) É a fé no amor de Deus que vence radicalmente o Mal – sublinhou Bento
XVI, ao meio-dia, na Praça de São Pedro, comentando o Evangelho deste domingo, que
mostra Jesus curando os doentes. “Os quatro evangelistas concordam em atestar que
a libertação de doenças e enfermidades de todo o género constitui, juntamente com
a pregação, a principal atividade de Jesus na sua vida pública”. “De facto – fez
notar o Papa – as doenças são um sinal da ação do Mal no mundo e no homem, ao passo
que as curas demonstram que o Reino de Deus está próximo. “Jesus veio derrotar o Mal
pela raiz, e as curas são uma antecipação da sua vitória, alcançada com a sua Morte
e Ressurreição”. A doença é uma condição tipicamente humana, em que fazemos uma
forte experiência de não sermos auto-suficientes, mas sim dependentes dos outros –
observou ainda Bento XVI. “Neste sentido poderíamos dizer, com um paradoxo, que a
doença pode ser um momento salutar em que se pode experimentar a atenção dos outros
e prestar atenção aos outros!” E, contudo – reconheceu o Papa – (a doença) permanece
sempre uma provação, que pode até tornar-se longa e difícil. “E quando a cura não
acontece e se prolongam os sofrimentos, podemos ficar como que esmagados, isolados,
e então a nossa existência deprime-se e desumaniza-se. Como reagir a este ataque do
Mal? Naturalmente, com os tratamentos apropriados – e nestas décadas a medicina fez
passos de gigante – mas a Palavra de Deus ensina-nos que há uma atitude decisiva e
de fundo para enfrentar a doença: a fé. Repete-o sempre Jesus às pessoas que cura:
A tua fé te salvou. Mesmo perante a morte, a fé pode tornar possível o que humanamente
é impossível. Mas fé em quê? No amor de Deus. Eis a verdadeira resposta, que derrota
radicalmente o Mal”. Como Jesus enfrentou o Maligno com a força do amor que lhe
vinha do Pai, assim também nós podemos enfrentar e vencer a prova da doença, mantendo
o coração imerso no amor de Deus. Em todo o caso – advertiu o Papa – “na doença, todos
temos necessidade de calor humano: para confortar uma pessoa doente, mais do que as
palavras, o que conta é a proximidade sincera”. Recordando, na saudação aos peregrinos
de língua francesa, que se celebra sábado próximo, 11 de Fevereiro, a festa de Nossa
Senhora de Lourdes e o Dia Mundial dos Doentes, Bento XVI exortou à oração nas situações
de sofrimento: “Com todas e todos os que se encontram confrontados com a doença, peçamos
a Deus que nos dê a graça do abandono e da paciência confiante! Que com a ajuda de
Nossa Senhora de Lourdes e de Santa Bernardete possamos descobrir que só em Deus está
a verdadeira felicidade”.