Mau tempo deixa mais de 200 mortos no Leste Europeu: neve paralisa Centro-Sul da Itália;
caos em Roma
Cidade do Vaticano (RV) - O frio siberiano que a estas horas se abate sobre
a Europa faz aumentar, com o passar das horas, o número de vítimas fatais: mais de
200 até o momento. A situação piora na Ucrânia, onde a neve, o gelo e o frio já deixaram
mais de 50 mortos. Mas a situação mais grave registra-se na Belarus (antiga Bielo-Rússia
ou Rússia Branca), onde o número de mortos passa de cem.
Na Polônia, onde filamentos
de mercúrio assinalam 30º negativos, 50 pessoas já perderam a vida. No país, localidades
inteiras encontram-se totalmente isoladas pela abundante neve. A situação é grave
também na Romênia, onde já se contam 22 mortos. Na Bulgária fala-se de ao menos 10
mortos, bem como na Letônia, mas se registram perdas de vidas humanas também na Áustria,
Sérvia, Grécia E República Tcheca.
Segundo o Departamento de Meteorologia de
Londres, a temperatura não subirá nos próximos dias e em muitas regiões do Velho Continente
a neve continuará caindo. Na França o alarme foi lançado em 41 das 101 regiões. Meios
de transporte, comunicações e serviços estão suspensos em muitos países.
A
situação é crítica também na Itália, onde o mau tempo está dando trégua no Centro-Norte,
mas se abate impetuoso no Centro-Sul. A Sardenha está em parte paralisada. Em várias
regiões da Península o Exército está intervindo em situações de emergência. Encontram-se
também ativos a Caritas, centros de voluntariado e estruturas municipais para dar
assistência aos sem-teto.
A situação é de caos total em Roma, onde se registram
gestos de solidariedade de cidadãos; turistas e habitantes que tiram fotos: mas a
viabilidade permanece paralisada. De fato, são muitas as denúncias por ausência de
socorros e intervenções em situações de emergência. Caso emblemático, o congestionamento
de automóveis e caminhões no Anel Rodoviário de Roma, na noite desta sexta-feira,
sendo necessárias oito horas para percorrer oito quilômetros. Durante a noite as forças
de segurança receberam mais de 16 mil ligações de pedidos de ajudas.
Enquanto
isso, nestas horas, registram-se trocas de acusações sobre as responsabilidades entre
a Defesa Civil, Região do Lácio e Trenitalia (transporte ferroviário). Em meio aos
protestos, também não foi poupado o Prefeito de Roma, Gianni Alemanno, que determinou
a obrigatoriedade do uso de correntes nos automóveis e pediu ajuda aos voluntários.
Desde
as primeiras horas da manhã centenas de pessoas se dirigem aos lugares símbolos da
capital italiana para vê-la revestida de branco (a neve é raridade em Roma). O Papa,
da janela de seus aposentos que dá para a Praça São Pedro, no Vaticano, disse aos
presentes: "é um espetáculo da natureza; parece-me como uma saudação da minha terra
natal, a Baviera" (Sul da Alemanha, ndr).