2012-02-04 14:37:57

Editorial: Ser sinal da Luz


Cidade do Vaticano (RV) - RealAudioMP3 Campos com pouco trigo, dias com pouca luz: aparentemente, esta parece ser hoje a realidade da vida consagrada, segundo um quadro traçado pelo próprio Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz.

A Igreja celebrou neste último dia 2 de fevereiro o Dia Mundial da Vida Consagrada, proclamado pelo Beato João Paulo II. A pergunta que brota espontânea é como está hoje a situação da vida consagrada? Qual o seu futuro? A evidência é que se registra em quase todas as partes do mundo uma queda no número de consagrados e consagradas. Qual seria então a causa ou o motivo dessa nova realidade?

Dom João Braz indica que as relações interpessoais estão doentes. Não se sabe mais como se relacionar nem como autoridade e obediência, nem como fraternidade. Tudo isso provoca um mal muito grande, porque esta solidão que no mundo atual chamamos de individualismo, na comunidade pode ser tornar "angústia".

Não por acaso, muitos consagrados e consagradas saem dos institutos não porque não sentem a vocação, mas porque não se sentem mais felizes na comunidade. Trata-se de um fenômeno que preocupa, porque num certo sentido é algo novo, sendo ligado à globalização e à busca da felicidade humana. Para reverter essa tendência, é preciso investir na educação e na formação.

As congregações que elegem este âmbito estão levando adiante um trabalho com muitos frutos. Não se trata somente de uma formação disciplinar e intelectual, que também é necessária, mas uma formação que seja conduzida no modelo dos discípulos de Jesus. Um modelo que implica um caminho de conversão e que jamais se esgota. Se a vida consagrada sente hoje dificuldade em manifestar a sua beleza, agora é o tempo da fidelidade, porque sabemos em que nós depositamos a nossa esperança.

É também um tempo de revisão da nossa vida – afirma Dom João Braz de Aviz –, para ver se somos fiéis sobretudo àquela inspiração inicial dos fundadores e fundadoras das ordens religiosas, para saber o que eles trouxeram como luz para a Igreja. Fidelidade ao tentar entender a cultura de hoje, isso poderia nos ajudar a voltar a viver com alegria a nossa vocação. Caminhar juntos, o mais possível juntos.
Ser sinal da luz que Jesus é para todos os povos, esta é a missão de todos os consagrados. Que todos possam afinal voltar a dizer para o mundo atual que Deus é amor.

(BF)







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