O Brasil na "Missão Continental": discípulos e missionários de Jesus Cristo, na esteira
de Aparecida
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro semanal dedicado ao
Brasil na "Missão Continental", na esteira de Aparecida. Neste espaço, temos procurado
conhecer um pouco da tarefa pastoral oriunda da V Conferência Geral do Episcopado
da América Latina e do Caribe, realizada em maio de 2007, cuja inauguração foi feita
por Bento XVI.
Nesse sentido, após uma edição introdutória – em linhas gerais
– recorremos à contribuição de alguns dos nossos pastores que nos enriqueceram com
suas reflexões, observações, e relato dessa experiência na realidade concreta na qual
se encontra.
De fato, da Conferência de Aparecida nasceu o mandato da missão
continental, o desejo de realizar uma "Missão Continental que as Conferências Episcopais
e cada diocese são chamadas a estudar e realizar, convocando para isso as forças vivas,
de modo que, caminhando a partir de Cristo, busque-se sua face" – lê-se na Carta de
Bento XVI ao Episcopado da América Latina e Caribe, de 29 de junho de 2007.
Na
edição passada concluímos a participação do Arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz,
que nos trouxe um pouco da experiência da "Missão Continental" naquela Igreja particular,
falando, a partir do que diz o Documento de Aparecida no nº 306, da paróquia como
lugar de formação permanente.
Antes de prosseguirmos com a contribuição de
nossos pastores, nesta edição queremos voltar nosso olhar para o que diz o Documento
de Aparecida, na sua proposta de fazer com que – no contexto da Missão Continental
– os fiéis, em virtude de seu batismo, sejam discípulos e missionários de Jesus Cristo.
Vejamos
como – na introdução – a Conferência de Aparecida se apresenta e se propõe em seu
texto conclusivo:
10. "Esta V Conferência se propõe "a grande tarefa de
proteger e alimentar a fé do povo de Deus e recordar também aos fiéis deste Continente
que, em virtude de seu batismo, são chamados a ser discípulos e missionários de Jesus
Cristo". Com desafios e exigências, abre-se a passagem para um novo período da história,
caracterizado pela desordem generalizada que se propaga por novas turbulências sociais
e políticas, pela difusão de uma cultura distante e hostil à tradição cristã e pela
emergência de variadas ofertas religiosas que tratam de responder, à sua maneira,
à sede de Deus que nossos povos manifestam"."
Podemos destacar, da última
passagem, o desafio representado para a Igreja pelo avanço das seitas que, muitas
vezes, aproveitando-se da fé simples do povo, propagam uma espécie de "teologia da
prosperidade", para dela tirar proveitos próprios.
11. "A Igreja é chamada
a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas
circunstâncias latino-americanas e mundiais. Ela não pode fechar-se frente àqueles
que só vêem confusão, perigos e ameaças ou àqueles que pretendem cobrir a variedade
e complexidade das situações com uma capa de ideologias gastas ou de agressões irresponsáveis.
Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em
nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que
desperte discípulos e missionários. Isso não depende tanto de grandes programas e
estruturas, mas de homens e mulheres novos que encarnem essa tradição e novidade,
como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma
vida nova para uma América Latina que deseja reconhecer-se com a luz e a força do
Espírito."
É com esse intento que se propõe a "Missão Continental".
16.
"Esta V Conferência Geral se celebra em continuidade com as outras quatro que a
precederam no Rio de Janeiro, Medellín, Puebla e Santo Domingo. Com o mesmo espírito
que as animou, os pastores querem dar agora novo impulso à evangelização, a fim de
que estes povos sigam crescendo e amadurecendo em sua fé, para serem luz do mundo
e testemunhas de Jesus Cristo com a própria vida."
E do número 16 passamos
para o número 18, que conclui a introdução ao Documento de Aparecida com as seguintes
palavras:
18. "Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo
é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou
ao nos chamar e nos escolher. Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado,
podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os nossos povos da América Latina
e do Caribe, e cada um de seus habitantes."
Amigo ouvinte, partindo dos
pontos evidenciados na referida introdução desenvolveremos alguns aspectos em nossas
próximas edições. Por hoje nosso tempo já acabou. A você um forte abraço e até a próxima
semana, se Deus quiser! (RL)