Missa recorda fundador de "Ajuda à Igreja que Sofre": liberdade religiosa é liberdade
das liberdades
Cidade do Vaticano (RV) - Apoiar a Igreja onde é perseguida ou se encontra
desprovida de meios para realizar a sua função pastoral. Essa é a missão da qual se
ocupa há 65 anos a associação "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS). O Prefeito da Congregação
para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, celebrou na tarde desta terça-feira
uma missa em recordação do fundador da associação, Pe. Werenfried Van Straaten, falecido
nove anos atrás.
Um pioneiro da caridade eclesial" que denunciou com clareza
"o drama da descristianização e do ateísmo materialista". O purpurado argentino recordou
assim a figura de Pe. Werenfried Van Straaten, o monge que em 1947 recolheu ajudas
na Bélica e na Holanda para dezesseis milhões de alemães em fuga da nascente Alemanha
Oriental, em boa parte católicos.
Daquela experiência teve início um longo
percurso excepcional de socorro às Igrejas perseguidas da "Cortina de ferro", como
nos explicou o próprio Cardeal Sandri:
"João Paulo II e Pe. Van Straaten são
o díptico da nova era da Europa livre, da Europa que saía da perseguição e do comunismo
e que encontrou a voz em João Paulo II e a energia e a força em Pe. Van Straaten,
que soube juntar as ajudas de tanta gente do Ocidente para esses nossos irmãos que
tinham sofrido."
Com o passar dos anos o raio de ação de "Ajuda à Igreja que
Sofre" se ampliou para a América Latina, Ásia e África. Um projeto ecumênico de ajuda
que não diz respeito somente aos católicos, como nos ressalta o Presidente de AIS-Itália,
Mons. Sante Babolin:
"João Paulo II pediu à nossa obra que ajudasse a Igreja
Ortodoxa Russa como se fosse a Igreja Católica. Portanto, os projetos pastorais que
a Igreja Ortodoxa Russa nos apresenta são tratados como se fossem projetos da Igreja
Católica."
Hoje "Ajuda à Igreja que Sofre", que desde dezembro passado foi
elevada a Fundação de direito pontifício, atua em 153 países no mundo inteiro e leva
adiante mais de cinco mil projetos. Sobre a atuação da fundação, eis o que disse o
Diretor de AIS-Itália, Massimo Ilardo:
"A nossa peculiaridade é assistir os
perseguidos ou aqueles que são oprimidos e limitados em professar a sua fé, em particular,
assistindo a Igreja Católica. A nossa atividade específica é reconstruir igrejas,
capelas, mosteiros e seminários. A liberdade religiosa é a liberdade das liberdades
e é a medida para compreender melhor se em determinado país se mantém a liberdade."
No
Iraque, Índia e Nigéria, países em que são numerosos os casos de discriminação dos
cristãos, "Ajuda à Igreja que Sofre" continua tecendo – nas palavras do Cardeal Sandri
– "o manto precioso da paz", "em defesa da liberdade religiosa, cultural e social,
indiscriminadamente, para todos os que sofrem". (RL)