Paquistão: testemunho de religiosa que trabalha com mulheres que sofrem violências
Faisalabad (RV) - “No Paquistão, as mulheres aprendem desde pequenas que os
homens têm o direito de maltratá-las”: foi o que disse uma religiosa paquistanesa,
que trabalha em um centro da Diocese de Faisalabad, que recebe o apoio da “Associação
Ajuda à Igreja que Sofre”.
A religiosa ajuda jovens, mulheres e até mesmo
crianças vítimas de violência, não somente em âmbito familiar. Por motivos de segurança,
preferiu não divulgar seu nome, mas nem por isso se cala diante dos abusos e violações
dos direitos humanos no país asiático, precisamente quando – como referiu nos dias
passados a agência Fides – não para de aumentar o balanço das vítimas no Paquistão
por causa da polêmica lei sobre a blasfêmia. Enquanto isso, as minorias religiosas
continuam sofrendo ações perpetradas por extremistas.
Falando à Rádio Vaticano,
a religiosa de Faisalabad contou sobre o seu trabalho com as mulheres do Paquistão;
“são mulheres na maioria cristãs – afirma. Não sabemos exatamente quantas mulheres,
porque depende de quantas pessoas vêm até nós. Quem quer que seja, nós ajudamos. Muitas
vezes, se trata de mulheres que foram surradas pelos seus maridos ou que sofreram
violência doméstica, algumas vezes se trata de abusos sexuais e matrimônios forçados”.
Falando
sobre o futuro dessas mulheres violentadas, a religiosa vê dificuldades: “Elas não
têm oportunidades no Paquistão porque, quando as pessoas sabem que a mulher foi violentada,
para ela é muito difícil encontrar um marido. Sobretudo as pessoas que vivem ao seu
redor não aceitam que essa mulher entrem em suas casas como nora. Algumas delas se
casam com alguém de longe ou que é viúvo, ou com homens de uma certa idade e que não
têm filhos e procuram uma esposa”, destacou a religiosa. (SP)