2012-01-29 13:58:10

Angelus: Na lógica de Deus autoridade não é poder, mas serviço. Papa reza pela paz na Terra Santa


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Bento XVI rezou ao meio-dia deste domingo a oração do Angelus com os milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro. Na alocução que precedeu a oração mariana o Santo Padre recordou que a autoridade não é um poder, mas um serviço.

“Muitas vezes para o homem a autoridade significa a posse, poder, dominação, sucesso. Para Deus, no entanto - disse o Papa -, a autoridade significa serviço, humildade, amor, significa entrar na lógica de Jesus, que se inclina para lavar os pés dos discípulos, que busca o verdadeiro bem do homem, que cura as feridas, que é capaz de um amor tão grande de dar a vida, porque Ele é Amor”.

Momentos antes Bento XVI recordou o Evangelho deste domingo que apresenta Jesus que faz pregação na sinagoga de Cafarnaum, a pequena cidade no lago da Galiléia onde viviam Pedro e seu irmão André.

Ao seu ensinamento – continuou o Papa -, que desperta a admiração do povo, segue a libertação de “um homem possuído por um espírito impuro”, que reconhece em Jesus o “Santo de Deus”, isto é o Messias. Em pouco tempo, sua fama se espalhou por toda a região, que ele percorre anunciando o Reino de Deus e curando os doentes de todos os tipos: palavra e ação.

São João Crisóstomo observa como Jesus alterna o discurso em benefício daqueles que ouvem, “passando dos prodígios às palavras, e passando novamente do ensino da sua doutrina aos milagres”.

A palavra que Jesus dirige aos homens imediatamente abre o acesso à vontade do Pai, à verdade de si mesmos. Além disso, à eficácia da palavra, Jesus unia os sinais da libertação do mal. Santo Atanásio observa que “comandar os demônios, expulsá-los não é obra humana, mas sim divina”.

“A autoridade divina não é uma força da natureza. É o poder do amor de Deus que cria o universo e, encarnando-se no Filho Unigênito, descendo à nossa humanidade, restaura o mundo corrompido pelo pecado. Romano Guardini escreve: “Toda a vida de Jesus é uma tradução do poder em humildade... é a soberania de quem se abaixa como servo”.

Bento XVI recordou ainda que na próxima quinta-feira, dia 2 de fevereiro, celebraremos a festa da Apresentação do Senhor, Dia Mundial da Vida Consagrada. Então pediu a intercessão de Maria Santíssima para que “guie nossos corações na busca da misericórdia divina, que liberta e cura a nossa humanidade, enchendo-a de toda graça e benevolência, com o poder do amor”.

Nas saudações em várias línguas o Santo Padre destacou que neste domingo, foi beatificada em Viena, Hildegard Burjan, leiga, mãe de família, que viveu entre o século XIX e XX e fundadora da Sociedade das Irmãs da Caritas Socialis.

O Papa lembrou ainda que neste domingo comemoramos o Dia Mundial da Hanseníase.

“Ao saudar a Associação Italiana de Amigos de Raoul Follereau, gostaria de estender o meu encorajamento a todas as pessoas atingidas por esta doença, bem como também a todos os que os assistem e, em de muitos modos, se comprometem para erradicar a pobreza e a marginalização, real causas da persistência do contágio”.

E pediu paz para a Terra Santa:

“Recordo ainda o Dia Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa. Em profunda comunhão com o Patriarca Latino de Jerusalém e o Custódio da Terra Santa, invocamos o dom da paz para esta terra abençoada por Deus”.

Antes de se despedir dos fiéis e peregrinos o falando em italiano, Bento XVI saudou os jovens da Ação Católica que, acompanhados pelo Cardeal Vigário Agostino Vallini, com os seus educadores e familiares, deram vida à “Caravana da Paz”. “Agradeço a todos vocês – disse o Papa – e os encorajo a levar em todos os lugares a paz de Jesus”.

Duas crianças, um menino e uma menina, estiveram ao lado do Papa na janela de seu escritório para a tradicional liberação de duas pombas. A menina, Noemi, leu uma mensagem ao Papa na qual recordou o compromisso no âmbito da Associação a refletir, também no silêncio, sobre o valor da paz, recordando as crianças que nascem em situações difíceis. A menina contou sobre a iniciativa da criação de um Centro de Detenção Alternativo à prisão para menores, na Bolívia. E ao Papa a menina pediu.

“Pedimos ao senhor que reze junto conosco pelos nossos pais, educadores e sacerdotes, para que nos ajudem a ser testemunhas e agentes de paz”.

O Papa liberou as pombas, “como sinal de paz para a cidade de Roma e para o mundo inteiro” e visto que num primeiro momento pareciam querem retornar para dentro do apartamento papal, brincando Bento XVI disse: “Querem ficar na casa do Papa”. (SP)









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