2012-01-25 13:05:43

Trabalho digno e justiça social nas tradições religiosas


Genebra (RV) - "Garantir um trabalho digno para todos é um imperativo para restaurar um equilíbrio e colocar os valores humanos no centro das escolhas políticas."

Com esta convicção, representantes cristãos, judeus, muçulmanos e budistas elaboraram o documento "Convergências: trabalho digno e justiça social nas tradições religiosas", a convite da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O texto foi divulgado nesta terça-feira (24), no mesmo dia em que a OIT publicou os dados do seu último relatório. Segundo essa organização, nos próximos dez anos, serão necessários 600 milhões de novos postos de trabalho.

O Relatório afirma que no mundo existem 200 milhões de desempregados. Desses, quase a metade tem entre 15 e 24 anos. Somente este ano, três milhões de pessoas perderão o emprego.

Diante desses dados alarmantes, a OIT pediu aos líderes religiosos um confronto sobre temas como a dignidade humana, a solidariedade e a justiça social, a defesa dos direitos dos trabalhadores e o trabalho infantil.

Para a elaboração deste documento, colaboraram o Pontifício Conselho Justiça e Paz, o Conselho Mundial de Igrejas e a Organização islâmica internacional Isesco.

Numa época marcada pela pior crise que o mundo conheceu desde a Grande Depressão (1929), afirma o presidente da OIT, Juan Somavia, "sempre mais pessoas pensam que não têm valor". O descontentamento aumenta e o desespero se expande. Somavia fala de "salários miseráveis, condições de trabalho precárias, greves, trabalhos informais e proteção social insuficiente".

Por isso, o texto apresentado nesta terça-feira nasce da convicção de que "a espiritualidade e os valores são essenciais para a busca de uma globalização ética". E Somavia acrescenta: "O documento é a primeira etapa de uma viagem comum que, espero, trará o advento de uma nova era de justiça social fundada sobre nossos valores comuns".
(BF)







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