2012-01-25 18:29:36

Coragem, generosidade e determinação no caminho para a unidade dos cristãos: Bento XVI na conclusão da Semana da Unidade


(25/01/2012)
Os cristãos estão chamados a renovar “com coragem e generosidade” a sua “determinação na busca da unidade”, não obstante a impressão de que se apresenta ainda longo e cheio de obstáculos o caminho para o pleno restabelecimento da comunhão”. Intervindo na celebração de Vésperas da festa da Conversão de São Paulo, nesta quarta-feira, 25 de Janeiro, na basílica de São Paulo fora de muros, com a presença de delegados das diversas confissões cristãs, para o encerramento da Semana de Oração pela Unidade, o Papa convidou a uma “espera paciente” que “não é passividade nem resignação”, mas verdadeira esperança que se traduz numa “resposta pronta e atenta a todas as possibilidades que o Senhor nos dê de comunhão e de fraternidade”. “Embora experimentando nos nossos dias a situação dolorosa da divisão, nós cristãos podemos e devemos encarar o futuro com esperança, enquanto a vitória de Cristo significa o superar de tudo o que nos impede de partilhar a plenitude de vida com Ele e com os outros”.

Comentando as leituras bíblicas referentes à “conversão” de São Paulo, Bento XVI sublinhou que a transformação experimentada pelo Apóstolo dos Gentios não se limita ao plano ético (da imoralidade à moralidade) nem ao plano intelectual (mudança no modo de compreender a realidade). Tratou-se, antes, de um radical renovamento do próprio ser… como que um renascimento. Uma experiência e um processo a que estão chamados todos os cristãos, a humanidade e mesmo todo o universo, convergindo para a unidade em Cristo ressuscitado:

“A presença de Cristo ressuscitado chama todos nós, cristãos, a agir conjuntamente na causa do bem. Unidos em Cristo, somo chamados a partilhar a sua missão, que é a de levar a esperança onde dominam a injustiça, o ódio e o desespero. As nossas divisões tornam menos luminoso o nosso testemunhar Cristo”.

Aludindo ao tema do Oitavário deste ano – “Todos seremos transformados pela vitória de Cristo”, Bento XVI fez notar que os tempos de Deus não são os nossos, nem os da cultura hoje dominante, que pretende o sucesso imediato: “Na ótica cristã, a vitória é um longo (e aos olhos dos homens, nem sempre linear) processo de transformação e de crescimento no bem, que tem lugar segundo os tempos de Deus, não os nossos, e exige de nós uma fé profunda e uma perseverança paciente”.

A vitória final de Cristo – iniciada com a sua ressurreição – “terá lugar com a sua segunda vinda, que aguardamos com paciente esperança”. “O nosso aguardar a unidade visível da Igreja deve ser paciente e confiante. Só nessa atitude encontram o seu pleno significado a nossa oração e o nosso empenho, quotidianos, pela unidade dos cristãos. Espera paciente não significa passividade ou resignação, mas resposta pronta e atenta a toda e qualquer possibilidade de comunhão e fraternidade, que os Senhor nos dá”.

Na celebração tomaram parte delegações das Igrejas e Comunidades eclesiais de Roma, representantes do “Global Christian Forum”, enviados de diversas Igrejas e Comunidades eclesiais da Polónia que prepararam o material da Semana de Oração deste ano, estudantes ortodoxos, reitores (e alguns alunos) dos Colégios Pontifícios da Urbe e estudantes do Instituto Ecuménico de Bossey. Participaram ativamente na liturgia: sua Eminência Gennadios, representante do patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I; o Conégo David Richardson, diretor do Centro Anglicano de Roma, em nome do arcebispo de Cantuária, Rowan Williams; e ainda o pastor Jens Kruse, pároco da comunidade luterana de Roma; um delegado do patriarcado de Moscovo; um diácono da Igreja Ortodoxa da Grécia; e um delegado do patriarcado ortodoxo da Roménia.
Na saudação ao Papa, em nome de todos os presentes, o cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos cristãos, recordou que “só se nos convertermos a Cristo é que poderemos chegar àquela unidade que já nos foi dada em Cristo, mas que deve encontrar uma forma visível na nossa vida pessoal e na nossa vida como Igreja”.








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