2012-01-24 18:27:41

RV 80 anos: a história do Programa Albanês


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Cidade do Vaticano, 24 jan (RV) – Ensina a Bíblia nos livros dos Reis que o profeta Elias percebera a voz de Deus no “sussurro de uma brisa leve”. Por muitos e dolorosos anos – aqueles cruéis do regime comunista – os ouvintes albaneses da RV escutaram a voz do Papa e da Igreja por meio do sussurro das transmissões clandestinas, com o rádio em volume mínimo, às vezes sufocado por um travesseiro, já que ser flagrado ouvindo aquela frequência que chegava de Roma poderia custar a própria vida.

O Programa Albanês da RV foi fundado há exatos 60 anos e acompanhou o calvário da Albânia. E, como quem escutava, acompanhou sussurrando o amor de Deus, o magistério do Papa, o caminho da Igreja, o otimismo da fé a quem todos os dias, pela mesma fé, era maltratado ou marginalizado; condenado à morte.

Sessenta anos de transmissões para recontar o rosto de Jesus – sofredor e maltratado – recolhido nos rostos dos ouvintes, nas suas histórias das quais se conseguia entender ou se imaginava qualquer coisa: a inocência de uma criança ou o cantar alegre de uma menina livre da brutalidade do regime comunista. Ou a dignidade de tantos adultos, capazes de resistir à violação dos direitos, aos abusos de poder. Ou a notícia do martírio de algum sacerdote, ou mesmo de um leigo, operário ou intelectual, de uma pessoa morta com o nome de Cristo nos lábios e no coração o desejo de uma liberdade com a qual ninguém jamais haveria rompido.

O Programa Albanês da RV viveu assim: “sintonizado” com o sofrimento dos compatriotas distantes, aos quais apresentar Jesus crucificado – com o qual mais facilmente podia se identificar – para reforçar, por meio da notícia da sua Ressurreição, a certeza da esperança; para devolver a quem todos os dias experienciava o pior lado da alma humana, um dardo de luz divina, porque o homem foi feito à imagem de Deus.

Em 1982, quando ainda não era possível prever o fim do pesadelo no Leste Europeu, escreviam os jornalistas da época: “O Programa Albanês adequou as transmissões às três categorias de ouvintes: os muçulmanos, os ortodoxos e os católicos. Para os primeiros – porque eram os mais vulneráveis à propaganda comunista, que não parava de declarar que a Igreja católica não existe mais no mundo moderno – procurou-se destacar a importância que têm os discursos e as viagens do Santo Padre”, enquanto “para os irmãos ortodoxos e para os católicos, nos três dias da semana dedicados a eles foram transmitidos três cursos de catequese.

E dos ouvintes chegavam “confirmações”, como mostra uma nota de 1989, “que a RV é a única voz de alívio e consolação. É a fonte de fé e de esperança para os cristãos e os habitantes na Albânia” e nos outros países onde estão os albaneses como Kosovo, Monte Negro e Macedónia.
Sempre atento aos seus desafios, o Programa Albanês da RV procura ser uma companhia diária para os ouvintes transmitindo a Palavra do Papa e da Igreja e na luz do Evangelho, oferecer o alfabeto da vida. (RB)







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