2012-01-23 15:05:38

Integrar dimensões da evangelização e da ação social, na atividade com imigrantes.


(23/01/2012) O trabalho da Igreja Católica com os migrantes deve incluir as dimensões da evangelização e do "apoio social", lê-se no comunicado final do XII Encontro de Formação de Agentes Sócio-pastorais das Migrações que terminou neste domingo, em Fátima. O documento assume o princípio da “cooperação pessoal e institucional” como “critério prioritário de ação” de um setor da pastoral da Igreja na coordenação da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
Com a reformulação desta estrutura da Conferência Episcopal Portuguesa, na sua última Assembleia Plenária, o trabalho da Igreja no campo da ação social e os projetos relativos às comunidades migrantes em Portugal e na diáspora portuguesa, são coordenados pela mesma Comissão Episcopal (da Pastoral Social e Mobilidade Humana). Assim, os cerca de cem participantes neste XII Encontro de Formação afirmam a necessidade de procurar “sinergias estruturais e complementaridade operacional”, envolvendo também a Comissão Episcopal “na procura de soluções em que se aproximem as duas dimensões do trabalho com os migrantes”.
O documento refere ainda a necessidade de trabalhar em parceria com “estruturas da administração pública, da sociedade civil, da Igreja Católica e de outras Igrejas, a nível nacional e internacional, em ordem ao esclarecimento dos migrantes e à respetiva integração em contextos interculturais”.

Relativamente ao aumento da emigração portuguesa, o texto exprime “a solidariedade e a compreensão” para com quem decide deixar Portugal, constata o “empobrecimento” que essas saídas originam e desafia “à manutenção de laços com Portugal, contribuindo de forma criativa para o seu desenvolvimento”. Segundo o texto, serão cinco milhões e meio os portugueses a viverem no estrangeiro, tendo saído de Portugal, durante o ano 2011, 120 mil cidadãos, um “número nunca atingido durante as décadas de maior emigração portuguesa, como nos anos 60”, refere o documento.

Para os participantes no encontro, os fluxos migratórios desafiam a uma “mudança de paradigma em relação à mobilidade humana”, fator que caracteriza todas as pessoas, também os portugueses habituados a fazer do “território nacional um local de «partidas» e «chegadas»”, assumindo as migrações “como oportunidade de desenvolvimento pessoal e global, das sociedades de origem e de destino”.
No documento denunciam-se as situações em que acontece a “discriminação salarial” e no “acesso ao mercado de trabalho” e aponta-se como “critério de convivência social a igualdade de direitos e deveres entre toda a população, nacional ou estrangeira”. É necessário formar “comunidades, missionárias ou paroquiais, onde aconteça uma troca de saberes e de sabores entre participantes de diferentes culturas, etnias ou religiões” – conclui o texto.

O XII Encontro de Formação de Agentes Sóciopastorais das Migrações assinalou também o início das comemorações dos 50 anos de fundação da Obra Católica Portuguesa de Migrações, uma das instituições organizadoras desta iniciativa em parceria com a Caritas Portuguesa e a Agência Ecclesia. (PG, com Agência Ecclesia)







All the contents on this site are copyrighted ©.