2012-01-22 16:48:26

As Conclusões do XII Encontro de Formação de Agentes Sóciopastorais das Migrações, em Fátima


(22/1/2012) O trabalho da Igreja Católica com os migrantes deve incluir a dimensão da evangelização e da ajuda, refere o comunicado final do XII Encontro de Formação de Agentes Sóciopastorais das Migrações que hoje terminou, em Fátima.
No documento assume-se o princípio da “cooperação pessoal e institucional” como o “critério prioritário de ação” de um setor da pastoral da Igreja na coordenação da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
Com a reformulação destes órgãos da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), na última Assembleia Plenária da CEP, os organismos da Igreja Católica que trabalham com as comunidades migrantes, em Portugal e na diáspora portuguesa, estão na mesma estrutura.
Por esse facto, os cerca de cem participantes neste XII Encontro de Formação afirmam a necessidade de procurar “sinergias estruturais e complementaridade operacional”, envolvendo também a Comissão Episcopal “na procura de soluções em que se aproximem as duas dimensões do trabalho com os migrantes”.
O documento refere ainda a necessidade de trabalhar em parceria com “estruturas da administração pública, da sociedade civil, da Igreja Católica e de outras igrejas, a nível nacional e internacional, em ordem ao esclarecimento dos migrantes e à respetiva integração em contextos interculturais”.
Com o aumento da emigração portuguesa, o texto manifesta “a solidariedade e a compreensão” para com quem decide deixar Portugal, constata o “empobrecimento” que essas saídas originam e desafia “à manutenção de laços com Portugal, contribuindo de forma criativa par ao seu desenvolvimento”.
Segundo o texto conclusivo, serão cinco milhões e meio os portugueses a viverem no estrangeiro, tendo saído de Portugal, durante o ano 2011, 120 mil cidadãos, um “número nunca atingido durante as décadas de maior emigração portuguesa, como nos anos 60”, refere documento.
Os números da imigração decrescem “devido à situação sócioeconómica do País” e, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, são 435 mil os imigrantes em Portugal.
Para os participantes, os fluxos migratórios desafiam a uma “mudança de paradigma em relação à mobilidade humana”, fator que caracteriza todas as pessoas, também os portugueses habituados a fazer do “território nacional um local de «partidas» e «chegadas»”, assumindo as migrações “como oportunidade de desenvolvimento pessoal e global, das sociedades de origem e de destino”.
No documento denunciam-se as situações em que acontece a “discriminação salarial” e no “acesso ao mercado de trabalho” e aponta-se como “critério de convivência social a igualdade de direitos e deveres entre toda a população, nacional ou estrangeira”.
Segundo o texto, apresentado aos participantes no final dos trabalhos do XII Encontro de Formação de Agentes Sóciopastorais das Migrações, é necessário formar “comunidades, missionárias ou paroquiais, onde aconteça uma troca de saberes e de sabores entre participantes de diferentes culturas, etnias ou religiões”.
O XII Encontro de Formação de Agentes Sóciopastorais das Migrações assinalou também o início das comemorações dos 50 anos de fundação da Obra Católica Portuguesa de Migrações, uma das instituições organizadoras desta iniciativa em parceria com a Cáritas Portuguesa e a Agência Ecclesia.

(Em Ecclesia)







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