Roma (RV) - Católicos de todo o mundo estão se unindo numa campanha para pedir
a libertação de pelo menos três bispos e seis sacerdotes que se encontram detidos
na China. Cinco deles estão detidos em local incerto e alguns já passaram, ao todo,
várias décadas na prisão.
A iniciativa parte da agência católica AsiaNews,
que monitora a situação dos cristãos nos países asiáticos e que pede este gesto ao
Governo de Pequim como forma de assinalar a entrada do Ano Novo chinês, no dia 23
de janeiro. Os bispos e padres detidos pertencem todos à Igreja clandestina, como
é conhecida a Igreja Católica que mantém a fidelidade a Roma e ao Papa.
Entre
os bispos detidos, inclui-se Dom Cosme Shi Enxiang, Bispo de Yixian, em Hebei. Atualmente
com 90 anos, ele foi detido pela última vez no dia 13 de abril de 2001, Sexta-feira
Santa e desde então nunca mais foi visto. Dom Cosme tem uma longa história de problemas
com as autoridades, que não lhe perdoam o fato de nunca ter aceito submeter-se à Igreja
patriótica, e já passou, ao todo, mais de 50 anos na prisão.
Outro bispo cujo
paradeiro não é revelado é Dom James Su Zhimin, responsável pela Diocese de Baoding,
também na região de Hebei. Antes de ser detido pela última vez, em 1997, Dom Zhimin
já tinha passado 26 anos em diversas prisões e campos de trabalhos forçados, sempre
por se recusar a abandonar a comunhão com o Papa. Em 2003, foi visto brevemente num
hospital, rodeado de polícias, e pôde ser visitado por alguns familiares, mas logo
depois foi levado novamente para a prisão em local incerto. Com quase 80 anos, este
bispo já passou mais de 40 anos em prisões.
O terceiro bispo na lista divulgada
pela AsiaNews é Dom Wu Qijing. Detido desde 2007, encontra-se retido no seminário
menor em Xian e tem todos os seus movimentos controlados pela polícia. Dos seis sacerdotes
nomeados pela agência, três estão em lugar incerto. Dois foram presos em junho do
ano passado e o outro está detido desde 2006. Dos outros sacerdotes, sabe-se o paradeiro,
mas foram detidos sem processo. (SP)