Relatório da Onu aponta para estagnação da economia brasileira
Nova York (RV) - As Nações Unidas divulgaram um relatório, nesta terça-feira,
que prevê uma estagnação da economia brasileira. O documento “Perspectivas e Situação
da Economia Mundial” fala em um crescimento de 3,6% do PIB da America do Sul em 2012
- a desaceleração econômica na China, Europa e Estados Unidos deverá afetar negativamente
a região.
A explicação é de que um menor crescimento nos Estados Unidos e na
Europa irá segurar as exportações, as remessas e o turismo – todos importantes para
a América Central e Caribe. Já a desaceleração da economia chinesa vai afetar a América
do Sul, uma vez que a China é um grande importador das commodities da região e grande
investidor na área, além de ser o primeiro parceiro comercial do Brasil.
O
relatório ressalta ainda que, em 2011, a maioria dos países da América Latina e Caribe
tiveram um forte crescimento graças ao consumo interno, ao aumento salarial e à expansão
do crédito, esta última principalmente no Brasil e no México.
A análise aponta
ainda para uma desvalorização de 20% do real em relação a 2011. E a sombra da recessão
continuará a pairar sobre a economia mundial.
Já no que diz respeito à África,
o relatório indicou que o Continente Africano continua no caminho da recuperação econômica,
contrariando a tendência global, com um crescimento econômico de 5% previsto para
2012.
A África do Sul é vista como a economia mais forte do continente e a
que mais deve crescer em 2012, isso devido a uma procura externa favorável, ao estímulo
fiscal e ao aumento do consumo interno consequente ao aumento de salários.
Para
as economias africanas produtoras de petróleo, como Angola, Gana ou Nigéria, o potencial
econômico vai continuar a crescer, tendo em vista o elevado preço do petróleo no mercado
internacional. Especificamento no caso de Angola, o início das operações relacionadas
ao gás natural liquefeito vai provocar um salto no crescimento este ano.
Boa
notícia também para a África oriental onde, apesar de a seca ter provocado o aumento
do custo dos alimentos, prevê-se um ano com colheitas mais regulares e uma consequente
baixa da inflação.
O relatório alerta, contudo, para o desemprego, que deverá
manter-se como um dos maiores problemas do continente. A África não está imune à crise
na Europa e Estados Unidos, que poderá forçar a economia mundial a estagnar, afetando
o crescimento de países em desenvolvimento.
O levantamento foi feito pelo Departamento
de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Desa e pela Conferência da ONU sobre Comércio
e Desenvolvimento, Unctad. (ONU/ED)