Em Giglio, igreja abre suas portas aos náufragos do cruzeiro Costa Concórdia
Giglio (RV)
- A divulgação de trechos da caixa-preta, nesta terça-feira, do navio Costa Concordia,
revela que o controle portuário exigiu que o comandante e o primeiro assistente voltassem
ao navio para informar quantas pessoas estavam a bordo. A intransigência do comandante,
que praticamente abandonou o navio, custou até agora a vida de 11 pessoas. O número
de desaparecidos está em vinte e nove.
O Consulado Geral do Brasil em Roma
informa que, na tarde desta terça-feira, cinco brasileiros que faziam parte da tripulação
receberam novos documentos para poder retornar para casa.
Na ilha de Giglio,
continuam as buscas pelos desaparecidos. Hoje pela manhã, uma série de três explosões
controladas no navio abriram espaços até então bloqueados. A operação deve facilitar
o acesso das equipes de emergência.
No quarto dia após a tragédia, muitos moradores
ainda comentam a vida na pequena ilha, cuja população de 1.500 habitantes viu a rotina
mudar com a chegada de centenas de jornalistas e também de curiosos.
Mas quem
lembra bem da noite é o Padre Vittorio Dossi, que abriu as portas da Igreja de São
Pedro Apóstolo para abrigar os náufragos:
"A meia-noite recebi um telefonema.
Dizia para que eu abrisse as portas da igreja e também de uma escola que havia apenas
reformado para abrigar pessoas que estavam chegando de um navio que teria acabado
de afundar. Então vi que começaram a chegar três ônibus lotados, cerca de 400 pessoas",
conta Padre Dossi, que é pároco na ilha há 20 anos.