2012-01-16 13:12:36

Igreja Ortodoxa russa pede reformas políticas


Moscou (RV) – O Patriarca da Igreja Ortodoxa russa, Kiril, insistiu na necessidade de reformas políticas no país e pediu às autoridades que ouçam os protestos populares contra a fraude eleitoral e a “respeitar a verdade”.

Em entrevista transmitida por uma TV estatal, Kirill indicou que “a insensibilidade das autoridades pelos protestos é um péssimo sinal, que comprova a incapacidade do poder de se adaptar”.
“Numa sociedade livre, toda pessoa deve ter direito de expressar sua opinião, inclusive o desacordo com as autoridades. O importante é que os protestos, se feitos de modo correto, conduzam à correção da rota política”.

“A verdade deve reinar em todos os níveis: pessoal, familiar, sindical, político, econômico e governamental, daqueles que governam o país. A principal mensagem ao poder e ao povo consiste no imperativo de recordar que o limite do confronto e das possibilidades de transformação revolucionária da vida social estão esgotados”.

Já uma semana atrás, no Natal Ortodoxo, o Patriarca fez um apelo ao Kremlin para que não cometa o mesmo erro das autoridades czaristas, que ao repreenderem violentamente os protestos acabaram tendo que enfrentar a revolução bolchevique, uma guerra civil e o assassinato da família imperial.

“Na época, fomos incapazes de manter o equilíbrio e a sabedoria. Destruímos nosso país. Por que? Porque os protestos, em muitos casos justos, foram explorados muito habilidosamente por forças políticas sedentas de poder” - assinalou.

O líder da Igreja Ortodoxa Russa, a quem o primeiro-ministro e ex-presidente Vladímir Putin restituiu muitas propriedades confiscadas pelas autoridades soviéticas, fez as declarações ao primeiro canal da TV russa, o mais visto do país.

A oposição exige a anulação dos resultados das eleições legislativas de 4 de dezembro, consideradas fraudulentas, a realização de uma nova votação neste ano, o registro de todos os partidos, a libertação dos presos políticos e a destituição do presidente da Comissão Eleitoral Central.
(CM)








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