Diretor-Geral da Fundação Migrantes reflete sobre palavras do Papa: "migrantes não
são números, mas pessoas
Cidade do Vaticano (RV) - Os migrantes não são números, mas pessoas: foi a
veemente evocação de Bento XVI no Angelus deste domingo, no 98º Dia Mundial
do Migrante e do Refugiado. Sobre as palavras do Papa, que tiveram grande repercussão,
se detém o Diretor-Geral da Fundação "Migrantes", Mons. Giancarlo Perego, entrevistado
pela Rádio Vaticano:
Mons. Giancarlo Perego:- "O Papa, citando os rostos
da imigração e não somente os números, recolocou no centro as pessoas, a dignidade
das pessoas imigradas em nosso país, bem como todos os imigrantes no mundo. E o fez
também para recordar que, também nas políticas, é necessário estar muito atento, sobretudo,
ao fato que temos diante de nós o rosto de um irmão, o rosto de uma pessoa."
RV:
Num período de crise econômica há o risco de se fechar um pouco o coração, ao invés
de abrir-se a quem se encontra em dificuldade: situação comum de tantos imigrantes...
Mons.
Giancarlo Perego:- "Citando o rosto das pessoas, de fato, o Papa convida a se
alargar não somente o coração, mas também a se construir uma casa comum com uma maior
atenção a todas as pessoas, inclusive aos migrantes, ressaltando – e isso me parece
uma passagem muito bonita nas palavras do Angelus – que a paz nasce daí, nasce
desse superar contraposições e discriminações. Ademais, são as palavras que o Papa
escrevera na Mensagem para este Dia Mundial do Migrante e do Refugiado: a paz nasce
de uma atenção à mobilidade hoje no mundo."
RV: "Os migrantes não são somente
destinatários – disse o Papa –, mas são também protagonistas do anúncio do Evangelho"...
Mons.
Giancarlo Perego:- "Certamente essa conjugação entre nova evangelização e migrações
não tem somente como objeto a pastoral migratória, mas tem os migrantes como sujeitos:
esse milhão de pessoas que, hoje na Itália, provém de diferentes Igrejas – como ressaltamos
nesse Dia Mundial do Refugiado – deve ser visto como sujeito protagonista da nova
evangelização. Creio que esse é um convite muito forte a repensar também as nossas
comunidades cristãs, colocando também no centro da participação eclesial pessoas que
provêm de histórias e experiências católicas diferentes." (RL)