Bento XVI no Angelus: "os migrantes não são números, mas pessoas que buscam um lugar
onde viver em paz"
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Bento XVI afirmou hoje que os migrantes “não
são números”, mas sim pessoas que buscam um lugar onde viver em paz. Diante de milhares
de fiéis e peregrinos provenientes de todas as partes do mundo reunidos na Praça São
Pedro para a tradicional oração mariana do Angelus, o Santo Padre recordou que hoje
a Igreja celebra o 98º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado e que para essa ocasião
publicou recentemente uma mensagem, tem como tema “Migrações e nova evangelização”.
“Milhões
de pessoas estão envolvidas no fenômeno da migração, mas eles não são números! São
homens e mulheres, crianças, jovens e anciãos à procura de um lugar para viver em
paz. Na minha Mensagem para este Dia, chamei a atenção para o tema “Migração e nova
evangelização”, sublinhando que os migrantes não são somente destinatários, mas também
protagonistas do anuncio do Evangelho no mundo contemporâneo”.
Em seguida
o Papa dirigiu uma cordial saudação aos representantes das comunidades migrantes de
Roma, hoje presentes na Praça de São Pedro.
Em sua mensagem, publicada no último
dia 25 de novembro, Bento XVI afirma que os estados tem o dever de acolher e respeitar
a dignidade humana e os direitos dos refugiados, “superando os temores e evitando
formas de discriminação”.
O Dia Mundial do Migrante e do Refugiado foi instituído
em 1914 pelo Papa Bento XV, conhecido também como “o Papa da Paz”. Naquela época,
o mundo vivia o triste conflito da 1ª Guerra Mundial. O Papa Bento XV nomeou um bispo
para assistir aos refugiados e vítimas da guerra e quis que fosse celebrada a Jornada
do migrante. Desde então, essa data se repete todo ano, no primeiro domingo após o
Batismo de Jesus.
Momentos antes de rezar a oração mariana do Angelus o Papa,
comentando as leituras deste domingo disse que das mesmas emerge o tema da vocação:
“no Evangelho é o chamado dos primeiros discípulos por parte de Jesus; na primeira
leitura é o chamado do profeta Samuel”. Em ambas as narrações se destaca a importância
da pessoa que desempenha o papel de mediador, ajudando as pessoas chamadas a reconhecer
a voz de Deus e a segui-la.
“À luz desses dois textos, eu gostaria de enfatizar
o papel crucial do guia espiritual no caminho de fé e, em particular, na resposta
à vocação de especial consagração ao serviço de Deus e de seu povo. Já a mesma fé
cristã, em si, pressupõe o anúncio e o testemunho: na verdade, consiste na adesão
à boa notícia que Jesus de Nazaré morreu e ressuscitou, que é Deus”.
E
assim também o chamado a seguir Jesus mais de perto, - continuou o Papa - renunciando
a formar uma própria família para dedicar-se à grande família da Igreja, passa normalmente
através do testemunho e da proposta de um “irmão maior”, geralmente um sacerdote.
Isto sem esquecer o papel fundamental dos pais, - recordou o Santo Padre -
que com a sua fé genuína e alegre, e o seu amor conjugal mostram aos filhos que é
bonito e é possível construir toda a vida no amor de Deus.
E o Papa concluiu
invocando Nossa Senhora:
“Queridos amigos, vamos rezar à Virgem Maria por
todos os educadores, especialmente os sacerdotes e os pais, para que tenham plena
consciência da importância de seu papel espiritual, para favorecer nos jovens, além
de crescimento humano, a resposta ao chamado de Deus, a dizer: "Fala, Senhor, o teu
servo escuta." (SP)