Rondônia: terras dos Karitiana ameaçadas por grilagem
Porto
Velho (RV) - Este espaço reservado aos Direitos Humanos é dedicado a uma denúncia trazida
pelo Conselho Indigenista Missionário, entidade ligada à Igreja Católica engajada
junto aos povos ancestrais pela defesa de suas terras.
O CIMI aponta que o
povo Karitiana está sendo vítima de grilagens e invasões. Vamos conhecer um pouco
sobre este grupo indígena:
Os Karitiana constituem um dos muitos grupos do
estado de Rondônia ainda pouco estudados pela Antropologia. Nos últimos anos, suas
principais batalhas em nome de sua reprodução física e sócio-cultural têm sido a reivindicação
de ampliação de sua Terra Indígena e o investimento na educação escolar, como forma
de reforçar o ensino da língua karitiana – a única remanescente da família lingüística
Arikém –, bem como de valorização dos costumes e histórias que os particularizam como
povo.
Não se conhece a origem ou a etimologia da palavra Karitiana, que os
próprios índios afirmam ter-lhes sido atribuída por seringueiros que penetraram seu
território no final do século XIX e início do século XX. Os Karitiana denominam-se
simplesmente Yjxa, que quer dizer “nós”, e é também traduzido como “gente” –, em
oposição aos Opok, os “não-índios” em geral, e aos opok pita, os “outros índios”.
A
população Karitiana atual é de cerca de 320 pessoas. Em agosto de 2003, um recenseamento
registrou 270 pessoas, das quais cerca de 230 residiam na aldeia Karitiana, ao passo
que os outros 40 estavam distribuídos nas cidades de Porto Velho e Cacoal.
A
Terra Indígena Karitiana apresenta-se como um quadrilátero localizado inteiramente
no município de Porto Velho, estado de Rondônia. Uma porção considerável do leste
do território homologado incide sobre a Floresta Nacional do Bom Futuro.
Distante
aproximadamente 100 km de Porto Velho, o acesso à única aldeia Karitiana é feito pelo
asfalto da BR-364. Na altura do quilômetro 50 da rodovia inicia-se uma estrada de
terra de cerca de 45 km que leva, pelo meio da floresta, à aldeia. (CM)