Conclui-se com um apelo visita à Terra Santa de bispos ocidentais
Jerusalém (RV) – Uma delegação de bispos católicos da Europa e América do Norte
concluiu nesta quinta-feira, dia 12, uma visita de cinco dias à Palestina e a Israel,
manifestando-se contra a “ocupação e insegurança, o medo e a frustração” que afetam
as populações.
A Coordenação da Terra Santa, entidade que visita a região
desde 1998, emitiu um comunicado, no qual se manifesta a solidariedade dos episcopados
ocidentais para com a comunidade cristã e se apela ao diálogo. Os líderes políticos
são desafiados a mostrar “coragem, determinação e criatividade” para responder aos
anseios da maioria da população a uma coexistência pacífica. “Ouvimos e fizemos nossa
esta convicção: ser pró-israelense deve significar também ser pró-palestino. Isto
quer dizer ser pró-justiça para todos, cujo fruto certo é uma paz duradoura”, lê-se
na declaração conclusiva da visita, iniciada no último sábado.
Para os nove
bispos signatários da mensagem, o diálogo na região está “ameaçado e minado pelo extremismo
e a intolerância”, mas os pastores dedicam também uma palavra aos “sinais de esperança”
que dizem ter “ouvido e visto este ano”. “Reconhecemos o progresso que tem sido feito
nas negociações entre Israel e a Santa Sé, desejando uma rápida resolução”, acrescenta
o documento.
A respeito destas negociações, o Núncio Apostólico, Dom Antonio
Franco, disse à Rádio Vaticano que estão em causa questões fiscais e a utilização
do Cenáculo, local onde segundo a tradição católica se realizou a Última Ceia de Jesus
com os seus apóstolos. “Estamos tentando obter um acordo, porque o Cenáculo e o Santo
Sepulcro são os tesouros mais preciosos que temo, como memória da vida de Jesus”,
referiu o arcebispo italiano.
O Patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal,
lançou, por sua vez, um desafio aos católicos do resto do mundo: “Se cada diocese
assumisse o compromisso de oferecer uma casa a uma família cristã na Terra Santa,
teríamos por certo a possibilidade de dar a muitos jovens a oportunidade de permanecer
aqui e evitar a tentação de emigrar”, finalizou. (SP)