2012-01-13 19:23:02

Bento XVI: a justiça é espezinhada quando dominam critérios de utilidade e de lucro


Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI recebeu em audiência nesta sexta-feira, na Sala Clementina, no Vaticano, os dirigentes e funcionários da Inspetoria de Segurança Pública junto ao Vaticano. O Papa exortou as forças de polícia a promoverem a justiça e a favorecerem a paz. Em seguida, deteve-se sobre os episódios de violência e intolerância de que cristãos foram vítimas em várias partes do mundo: episódios esses que caracterizaram o ano que passou.

"Como força de polícia, sejam sempre autênticos promotores da justiça e sinceros construtores de paz": foi a exortação do Pontífice. Tratou-se de um discurso de agradecimento aos que asseguram a tutela da ordem pública para os peregrinos que visitam os túmulos dos Apóstolos.

De fato, o Papa aproveitou a ocasião para voltar a falar também sobre os sofrimentos de tantos cristãos, vítimas de violência e intolerância:

"Frequentemente, em diversas partes do mundo, são exatamente os cristãos objeto de represálias e atentados, pagando inclusive com a vida a sua pertença a Cristo e à Igreja."

O Santo Padre recordou que em sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz evidenciou a necessidade da educação dos jovens "para a justiça e a paz". Dois termos que muitas vezes são usados "de modo equivocado", constatou:

"A justiça não é uma simples convenção humana; quando, em nome de uma presumível justiça, dominam os critérios da utilidade, do lucro e do ter, se pode também espezinhar o valor e a dignidade da pessoa humana."

A justiça, reiterou, "é uma virtude que dirige a vontade humana a fim de que dê ao outro aquilo que lhe cabe em razão de seu ser e de seu agir". Do mesmo modo, acrescentou, "a paz não é a mera ausência de guerra ou o resultado da ação isolada dos homens para evitá-la", mas "é, em primeiro lugar, dom de Deus que deve ser pedido com fé e que em Jesus Cristo encontra o caminho para alcançá-la":

"Ademais, a verdadeira paz é uma obra a ser construída diariamente com a contribuição da compaixão, solidariedade, fraternidade e colaboração de cada um. Ela está profundamente ligada à justiça – animada pela verdade na caridade – que os homens são capazes de realizar a partir do contexto em que habitualmente vivem: a família, o trabalho e as relações de amizade."

Bento XVI ressaltou que o grande número de pessoas que do mundo inteiro visitam o centro da Igreja Católica "não constitui certamente um problema para a cidade de Roma e para toda a Itália, mas uma riqueza e um motivo de orgulho". (RL)







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