Núncio Apostólico em Lisboa adverte contra o risco de derrotismo, perante a crise
atual
(12/1/2012) O Núncio Apostólico em Portugal afirmou nesta quarta-feira que, perante
uma “crise financeira sem precedentes”, é “imperioso não ceder à tentação do pessimismo,
do derrotismo ou da resignação”. D. Rino Passigato, decano do Corpo diplomático acreditado
em Lisboa, falava na sessão de apresentação de cumprimentos de Ano Novo ao presidente
da República, Aníbal Cavaco Silva, no palácio de Queluz. O representante diplomático
da Santa Sé em Portugal citou a mensagem papal para o Dia Mundial da Paz 2012, pedindo
que os portugueses reajam “positivamente, ‘sem se deixarem abater pelas atribulações,
olhando para o futuro com atitude confiante’, empenhados todos na busca de soluções
capazes de ultrapassar os momentos aflitivos”.
“Na história de Portugal, como
na de outros países, sobressaltos e expectativas foram muitas vezes oportunidades
para tomadas de consciência coletivas – observou, referindo expressamente uma recente
intervenção do Presidente da República elogiando “a maturidade cívica dos portugueses”,
que se exprime num “salutar sentimento de promissora esperança e confiança no futuro”.
“Portugal pretende fazer da crise atual uma oportunidade para sanear, por uma vez,
a sua situação financeira e introduzir reformas que garantam a competitividade da
sua economia”. “Se é verdade que, no ano que acaba de terminar, cresceu o sentido
de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia…,
o nosso coração não cessa de aguardar a chegada da aurora do novo dia” - declarou
D. Rino Passigato, para o qual é possível “acelerar o ritmo da chegada dum mundo novo
de justiça, de solidariedade fraterna e de paz para todos”.
Por sua vez o
presidente Cavaco Silva assegurou que “fará a sua parte” e “como sempre aconteceu
no passado, cumprirá escrupulosamente os compromissos assumidos no quadro do programa
de ajustamento orçamental e de reformas estruturais, que subscreveu com a União Europeia
e com o Fundo Monetário Internacional”. O chefe de Estado português condenou “a violência
e a repressão” na Síria e garantiu que Portugal continuará a ser participante ativo
no processo de paz no Médio Oriente, “no quadro do Conselho de Segurança das Nações
Unidas”.