2012-01-12 12:43:31

Acolhimento, solidariedade e legalidade, valores fundamentais a promover: Bento XVI aos responsáveis das autarquias locais de Roma e do Lácio


(12/1/2012) Na atual situação de crise, há que reforçar valores como o acolhimento, a solidariedade e a legalidade, promovendo um humanismo que valorize a pessoa humana: sublinhou o Papa, recebendo, nesta quinta-feira, os responsáveis das autarquias locais de Roma e do Lácio, para a troca de votos de Ano Novo.

“A atual crise tem nas suas raízes o individualismo, que obscura a dimensão relacional do homem, conduzindo-o a fechar-se no seu pequeno mundo, estando atento a satisfazer antes de mais as próprias necessidades e desejos, (mas) preocupando-se pouco com os outros”.

Concretizando o seu pensamento, Bento XVI referiu a especulação nos alugueres, a dificuldade que os jovens encontram para inserir-se no mundo do trabalho, o anonimato na vida dos bairros citadinos, assim como um olhar um tanto superficial sobre as situações de marginalização e pobreza.

O homem – lembrou o Papa - é um ser chamado a viver em relação: para o eu se encontrar a si mesmo precisa de um tu que o aceite e ame. E “este Tu é antes de mais Deus, o único capaz de dar ao homem um acolhimento incondicionado e um amor infinito.

“Redescobrir esta relacionalidade como elemento constitutivo da própria existência é o primeiro passo para dar vida a uma sociedade mais humana. E é tarefa também das Instituições favorecer o crescimento da consciência de ser parte de uma única realidade, em que cada um, à semelhança do corpo humano, é importante para o todo”.

A consciência de ser um “corpo” poderá crescer se se consolidar o valor do acolhimento – considerou Bento XVI, que lembrou também o valor da solidariedade, que há que reforçar.

“É uma exigência de caridade e justiça que nos momentos difíceis aqueles que têm maiores disponibilidades se preocupem com quem vive em condições de carência. Às Instituições toca a responsabilidade de mostrar sempre atenção e apoio àquelas realidades das quais depende o bem da sociedade”.

A começar pelas famílias, em particular as mais numerosas ou as que se confrontam com situações de desemprego – concretizou o Papa, que encorajou a que se defenda como célula essencial da sociedade a família fundada sobre o matrimónio, não esquecendo também os jovens.

A concluir, e a propósito de graves episódios de violência recentemente ocorridos em Roma, Bento XVI considerou “necessário promover uma cultura da legalidade, que ajude os cidadãos a compreender que as leis servem para canalizar as muitas energias positivas presentes na sociedade, permitindo a promoção do bem comum”. Perante os “múltiplos e complexos desafios” com que se confrontam Roma e o Lácio, o Papa considerou que só será possível vencê-los reforçando a consciência de que o destino de cada um está ligado ao de todos. Promovendo concretamente os três valores fundamentais referidos - acolhimento, solidariedade e legalidade – poder-se-á encarar com maior serenidade o novo ano – concluiu Bento XVI.








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