Santa Sé partilha decisão da FAO de priorizar a África
Cidade do Vaticano (RV) – No Chifre da África, persiste a emergência humanitária.
Segundo dados da ONU, milhões de pessoas na Etiópia, Quênia, Somália e Djibuti foram
atingidas pela pior seca das últimas décadas.
O diretor-geral da Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano
da Silva, anunciou que irá visitar a região no final deste mês de janeiro. Em sua
primeira coletiva de imprensa, na semana passada, Graziano afirmou que a África constituirá
a prioridade do seu mandato.
Uma posição que é partilhada pelo Observador
Permanente da Santa Sé na FAO, Dom Luigi Travaglino, entrevistado pelo Programa Brasileiro:
"No
seu discurso ao corpo diplomático credenciado junto à Santa Sé, o Papa destacou as
exigências da África e a urgência de ajudar esses países. Existem, sem dúvida alguma,
situações muito críticas no Chifre da África, onde pelo menos 18 milhões de pessoas
estão passando fome. Creio que estamos em sintonia com o Dr. Graziano no que diz respeito
à prioridade de ajudar a África, seja porque há muito sofrimento, seja porque é tão
rica de recursos naturais e humanos que devem ser valorizados."
Mons. Travaglino
recordou os projetos da Santa Sé na região, "que não espera a crise chegar".
"Há
anos, a Fundação para o Sahel trabalha diretamente nesses países. Quando fui Núncio
na Gâmbia, fui testemunha dessa presença discreta, mas eficaz da Santa Sé nos países
que são beneficiários dessa fundação."
Como Observador Permanente na FAO
e também no Programa Mundial de Alimentos (PAM), o trabalho Santa Sé é acompanhar
e participar de encontros e reuniões que se realizam não somente em Roma, sede da
FAO, mas em várias partes do mundo. Um compromisso que complementa o trabalho que
a Igreja sempre desempenhou para combater a miséria:
"Também nós colocamos
em primeiro lugar a superação e a eliminação da fome. A contribuição de várias Caritas
nacionais e a Caritas Internacional segue este princípio. E sobre isso, o ano de 2012
se abriu com dados encorajadores, ou seja, a produção de alimentos é suficiente, o
que falta são os meios para distribui-los de maneira digna."