2012-01-09 14:16:22

Missão da Liga Árabe será reforçada na Síria


(9/1/2012) A Liga Árabe decidiu manter os observadores na Síria, apesar da incapacidade da missão para travar a espiral de violência no país. Para rebater as críticas, a organização promete reforçar o número de enviados e de meios ao seu dispor, mas sublinha que o sucesso da delegação depende da cooperação do regime de Damasco.
A decisão foi tomada depois de o chefe da missão, o general sudanês Mohammed al-Dabi, ter apresentado aos chefes da diplomacia árabe, reunidos no Cairo, um primeiro relatório sobre o trabalho dos observadores, que estão há duas semanas no terreno.Segundo a televisão Al-Jazira, a missão confirmou que o Presidente Bashar al-Assad não está a cumprir a promessa feita à Liga Árabe de permitir protestos pacíficos contra o regime, nem retirou totalmente as forças de segurança do interior das cidades.
O relatório adianta ainda que Damasco libertou dezenas de detidos, mas sublinha que não foi possível confirmar se são presos políticos ou de delito comum. Os observadores testemunharam também o sangrento balanço da violência – dezenas de corpos nas morgues das cidades ou abandonados na rua –, mas imputam responsabilidades tanto ao regime como a grupos de militares dissidentes cada vez mais activos no país.
Após nove meses de violenta repressão dos protestos, que lhe valeu a suspensão do lugar na Liga Árabe, Assad cedeu no mês passado à pressão internacional, aceitando a presença de observadores. Mas as esperanças dos grupos da oposição duraram pouco tempo e, agora, não poupam nas críticas à missão: dizem que os observadores estão a ser manipulados pelo regime, que foram incapazes de travar o banho de sangue e que a sua presença apenas serve para aliviar a pressão internacional sobre Damasco.
O primeiro-ministro do Qatar, uma das vozes mais críticas dentro da organização à falta de eficácia da missão, disse que o número de observadores pode chegar em breve aos 300, o dobro dos actuais.
A oposição pedira o envolvimento das Nações Unidas na missão, uma proposta que contava com o apoio do Qatar, mas vários países opuseram-se à ideia, temendo a “internacionalização” do conflito. Em alternativa, os ministros comprometem-se apenas a coordenar esforços com a ONU com vista ao reforço das “capacidades técnicas” da delegação.
Mas se a Liga assume parte do ónus pelo que não tem corrido bem, deixa também um recado a Damasco. O regime deve cumprir todas as promessas feitas e “parar imediatamente todos os actos de violência”. O sucesso da missão de observadores, lê-se no comunicado final, “depende da cooperação do Governo sírio”.








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