Memória Histórica: a mensagem de João Paulo II antes de ir pela primeira vez ao Brasil
Cidade do Vaticano
(RV) – Um ano depois de dar início ao 25º pontificado da Igreja, em 1980 o Papa
João Paulo II iria ao Brasil pela primeira vez. Era 30 de junho de 1980, a capital
federal preparava-se para receber o Papa que, ansioso em chegar ao Brasil, enviou
uma mensagem antes da sua chegada.
Esse é o quadro “Memória Histórica” da Rádio
Vaticano.
“Caríssimos irmãos e irmãs do Brasil
Antes mesmo de pisar
o solo brasileiro, tenho a alegria de chegar a este País e dirigir-me ao seu povo,
através da rádio e da televisão.
A minha mensagem, neste momento, é antes de
tudo uma cordialíssima saudação ao povo brasileiro em geral e a cada brasileiro em
particular. Saúdo a Igreja no Brasil em seus Pastores e fiéis. Saúdo os Governantes
e responsáveis pelo bem-comum. Saúdo as famílias, com um pensamento especial para
os jovens e as crianças. Saúdo os que sofrem: os doentes, os aflitos, os abandonados
e os sós.
Gostaria, depois, de declarar – mas será ainda necessário fazê-lo?
– que empreendo estas jornadas, pobre de qualquer aparato inumano. Trago uma só riqueza:
uma ilimitada afeição à boa gente do Brasil; um profundo desejo de proclamar-lhe a
Boa-Nova, capaz de der a felicidade possível nesta vide, germe da verdadeira bem-aventurança;
a boa vontade de contribuir a consolidar a fé nos filhos da Igreja Católica neste
País”.
Nesta que foi sua primeira viagem apostólica ao Brasil, João Paulo II
percorreu o país de norte a sul, de leste a oeste. Em 12 dias passou por Brasília,
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Aparecida, Porto Alegre, Curitiba, Salvador,
Teresina, Belém, Manaus e Fortaleza.
“Desde o primeiro momento, eu quis fazer
desta viagem uma peregrinação até Fortaleza, onde se prepara o Décimo Congresso Eucarístico
Nacional. Cada cidade visitada nesta antiga Terra de Santa Cruz, passando pelo Santuário
Nacional de Nossa Senhora Aparecida, será uma etapa a caminho da meta final: o solene
ato de adoração ao Santíssimo Sacramento, mistério da Fé e verdadeiro alimento para
a vide eterna. Todo o meu peregrinar pela vossa pátria será para chegar junto com
o Brasil ao altar da Eucaristia.
Estou certo de encontrar as portas abertas
à minha mensagem de paz e esperança, certo da acolhida sobretudo de tantos e tantas
que procuram viver, à luz do Evangelho, a bem-aventurança daqueles ‘que têm um coração
de pobre’.
Tenho enfim um pedido a fazer, a todos os que, no Brasil, professam
a fé católica; mas estendo o pedido aos meus irmãos cristãos de outras confissões,
a todos os que crêem em Deus e aos que, mesmo sem o dom da fé, acreditam nos valores
do espírito. Peço que se unam a mim para confiarmos a Deus os caminhos destas jornadas
que inicio, com a íntima convicção de corresponder à Sua adorável Vontade. Possa o
Senhor dispor e queira aceitar, ao fim do longo itinerário, uma abundante colheita
de excelentes frutos.
Na fervorosa expectativa do encontro pessoal, reafirmando
minha estima afetuosa a todo o querido Brasil, invoco sobre este País-Continente a
plenitude das bênçãos divinas”.