Arcebispo nigeriano pede intervenção do Governo para proteger os cristãos: grupo
fundamentalista islâmico ameaça quem permanecer no norte do país
(4/1/2012) O arcebispo da diocese nigeriana de Jos, D. Ignatius Ayau Kaigama, revelou
à Rádio Vaticano que muitos cristãos começaram a abandonar o norte do país africano
em busca de zonas "mais seguras", por se sentirem "pouco aceites". Este responsável
falava após o grupo fundamentalista islâmico Boko Haram ter dado, segunda-feira, três
dias aos cristãos que vivem no norte da Nigéria para deixarem a região. Uma série
de ataques, reivindicados pelo referido grupo, fez pelo menos 50 mortos no dia de
Natal, o que levou o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, a decretar o estado
de emergência em diversas zonas do país. “As igrejas foram destruídas, vidas foram
perdidas e não há sinal de que tudo isso possa acabar até que o Governo intervenha
de maneira decisiva”, indica D. Ignatius Ayau Kaigama. Este responsável espera
que os cristãos “tenham consciência do problema da segurança”, mas manifesta a sua
oposição a qualquer “represália” após os ataques. "Esta é a nossa posição: não
à violência, não à represália. Queremos viver em paz", declarou. Em Maiduguri (nordeste),
epicentro dos actos de violência imputados ao Boko Haram, que tem multiplicado as
acções, cada vez mais sofisticadas e mortíferas, os habitantes deram conta de um aumento
das patrulhas das forças de segurança.