2012-01-04 20:42:10

Alarme penúria no Sahel: seis milhões de pessoas poderão passar fome


Cidade do Vaticano (RV) - Novo alarme penúria na região africana do Sahel: quem lança o alarme são diversas organizações não-governamentais empenhadas naquela área que se estende do Oceano Atlântico ao Chifre da África. Trata-se de uma emergência que diz respeito, em particular, à Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Mali, Burquina Faso, Níger e Chade.

A esse propósito, a Rádio Vaticano entrevistou o Secretário da Fundação João Paulo II para o Sahel, Dom Giampietro Dal Toso, fundação esta ligada ao Pontifício Conselho Cor Unum.

Dados revelados dão conta de que 11 milhões de habitantes na faixa do Sahel já se encontram em risco de desnutrição e metade poderia, proximamente, passar fome. Quais notícias os senhores têm a esse respeito?

Dom Giampietro Dal Toso:- "Efetivamente, o que você diz é verdade: essa situação de gravidade que tínhamos, e que temos, ainda, em parte, no Chifre da África, de fato, se estendeu também aos países do Sahel, ao sul do deserto do Saara. Países que sempre estiveram em dificuldade desse ponto de vista, mas que neste momento estão em maior dificuldade por causa da falta de água, falta de chuvas e, portanto, dificuldade para a cultivação e a colheita, que este ano se sente muito. Portanto, estamos numa situação crítica que nos próximos meses poderá desembocar numa crise com uma situação de fome para diversos milhões de pessoas. Obviamente, neste momento a crise é causada de modo específico pela falta de água, porém – como recordei –, é uma crise que tem raízes distantes no tempo: não foi por acaso que na década de oitenta João Paulo II esteve no Sahel – exatamente nos países mais pobres do mundo de então – e lançou, na ocasião, em Uagadugu (Burquina Faso), um apelo contra a sede, a seca e a desertificação. Respondendo a esse apelo foi criada, em seguida, a "Fundação João Paulo II para o Sahel"."

RV: A fundação foi instituída em 1984: as condições desses países melhoraram e as ajudas internacionais se tornaram mais eficientes ao longo desses esses 28 anos?

Dom Giampietro Dal Toso:- "Retornei há pouco de uma visita a Burquina Faso, onde estive no início de dezembro. Posso dizer-lhe que a situação varia, obviamente, de país para país. Porém, há uma atenção internacional para com esses países, ou pelo menos para com alguns deles. De fato, há países politicamente mais ou menos estáveis e outros menos estáveis. Portanto, é mais fácil ou mais difícil intervir, segundo a situação de cada um. Com certeza, a Igreja dá atenção a esses países. Em particular, a nossa Fundação no ano 2010 ofereceu ajudas de quase dois milhões de dólares para 176 projetos. Esse é um exemplo do vastíssimo compromisso da Igreja com associações, repartições, Caritas e vários organismos internacionais presentes. Portanto, há atenção e se ajuda muito. Todavia, essas emergências requerem sempre uma grande atenção, um envolvimento, uma presença, recordando também que se trata de problemas estruturais que aos poucos devem ser resolvidos e que a solução para esses problemas requer tempo."

RV: Portanto, é bom que se alerte a comunidade internacional, antes que seja tarde demais para a vida de tantas pessoas...

Dom Giampietro Dal Toso:- "É absolutamente necessário, porque essa emergência chegará de modo dramático, e se não nos prepararmos desde agora as conseqüências poderão ser catastróficas para milhões de pessoas." (RL)







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