FAO: Graziano tem apoio dos países-membros para executar seus projetos
Cidade do Vaticano
(RV) - José Graziano da Silva, o novo Diretor-geral da FAO, concedeu sua primeira
coletiva de imprensa no início da tarde desta terça-feira, na sede da Organização,
em Roma.
Diante de jornalistas do mundo inteiro, Graziano falou sobre os principais
desafios ao assumir a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
e quais serão seus principais objetivos durante o mandato, que vai até julho de 2015.
Graziano disse que a Igreja é um parceiro fundamental para ajudar a erradicar
a fome no mundo. No contexto africano, as paróquias podem se tornar elos eficientes
para propagar a políticas públicas da FAO, principalmente nos países que formam o
que Graziano chamou de “coração da África”, e também na região do Chifre da África.
Quando
questionado pelos jornalistas sobre uma fórmula para conseguir em outros países os
resultados positivos que o Fome Zero teve no Brasil, Graziano disse que não existe
mágica: o importante é investir na produção e consumo local.
As experiências
brasileiras já estão sendo aplicadas em alguns países africanos. Aqui entra a “Cooperação
Sul-Sul”, como explica o Diretor da FAO com exclusividade à RV.
- É
um instrumento que nós vamos utilizar cada vez mais, para mobilizar não recursos financeiros,
mas sobretudo recursos técnicos. Alguns países do Sul, que tem condições muito similares
de alguns países africanos e asiáticos, apresentam um acúmulo de conhecimento. Exemplos
são as empresas EMBRAPA e INIA, do Brasil e Argentina, respectivamente, que têm um
domínio das tecnologias social e ecologicamente adaptadas que permitem ajudar esses
países vizinhos com poucos recursos financeiros. Eu espero que essa colaboração possa
ser implementada.
Antes de conversar com os jornalistas, Graziano esteve reunido
com os representantes dos países-membros, que reafirmaram o compromisso de ajudar
a atingir as metas da administração de Graziano, entre eles a tão defendida reforma
interna da Organização.
- Eu pedi um apoio adicional nesse primeiro semestre
para levarmos adiante a questão da reforma da FAO, para torná-la mais eficiente, poupar
recursos da burocracia, para poder transferi-los para ter uma atuação mais forte,
mais presente, nos países.