2012-01-02 18:36:11

Patriarca Twal sobre Mensagem do Papa: educar jovens do Oriente Médio para que caminhem contracorrente


Jerusalém (RV) - A Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz recebeu uma atenção particular no Oriente Médio, onde, infelizmente, falta a paz há mais de 60 anos. A "Mensagem, intitulada "Educar os jovens para a justiça e a paz", esteve no centro da homilia, neste domingo, do Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal. A Rádio Vaticano o entrevistou. Eis o que disse:

Dom Fouad Twal:- "Creio que esta mensagem é como se tivesse sido escrita para nós, para nós aqui na Terra Santa, para a região do Oriente Médio. Educar os jovens para a justiça e a paz é como ir contracorrente. Não é fácil, porque temos uma cultura de violência, uma cultura que não nos dá paz, e temos uma situação em que se perdeu muita credibilidade nos discursos políticos feitos em tantas visitas. Apesar de tudo, é preciso ir contracorrente e esperar. O Santo Padre nos pede que eduquemos os jovens para a justiça e a paz e devemos fazer isso! Temos uma inteira geração de jovens – tanto palestinos quanto israelenses – que nasceram e cresceram na violência, com a ocupação, circundados pelos muros; temos uma geração inteira que não sabe, ainda, onde está o Santo Sepulcro, por causa desta situação política, por motivos de segurança e assim por diante. Apesar de tudo, somos chamados a educar para a justiça e a paz. Não é fácil, sabemos muito bem disso. Todos os movimentos do mundo árabe desses jovens pensam em ter mais justiça, mais paz, mais dignidade, mais trabalho."

RV: A esse propósito, o Papa é muito claro: pede que se "ouça, que se valorize as novas gerações na realização do bem comum"...

Dom Fouad Twal:- "Sim, este é o nosso dever. Os primeiros movimentos, as primeiras mudanças que se verificaram no Norte da África não tinham um tom político, não tinham um tom fanático ou revolucionário no sentido pior: queriam somente mais justiça, mais dignidade, mais trabalho, mais liberdade de consciência e liberdade em geral."

RV: O Papa fala de direitos e liberdades fundamentais do homem a serem respeitados e, depois, fala também de bem comum: portanto, centralidade da pessoa e também centralidade do bem comum. Qual esperança para o futuro no Oriente Médio?

Dom Fouad Twal:- "Voltemos à educação e estamos 100% com o Papa, porque acabou se tornando a única voz, como João Batista, que grita no deserto. Estamos num deserto, embora nos encontremos no coração das grandes cidades, com tanta agitação política. Continuemos, porém, a gritar com o Santo Padre, como João Batista, sabendo que não estamos sozinhos neste terreno e que o Senhor está conosco. Sigamos para frente, esperando que este ano novo seja novo em todos os sentidos, inclusive em sentido democrático, no sentido da liberdade e da justiça." (RL)







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